Perfil clínico-epidemiológico de pacientes oncológicos na transição para o cuidado paliativo exclusivo
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INTRODUÇÃO: O câncer causa impactos sociais, econômico e psicológico elevados. Esse é
um quadro que tende a se agravar com a previsão de aumento dos casos da doença para 37 milhões
até 2040, situação que se reflete de forma mais acentuada nos países de baixa e média renda e onde
também se observa um número considerável de diagnósticos de câncer em estado avançado. Neste
cenário, o cuidado paliativo é uma via de atenção valiosa pelo benefício que implica na saúde através
da melhora da sobrevida, qualidade de vida, controle de sintomas, redução de transtornos psicológicos
para paciente e família e melhor uso de recursos de tratamento. Entretanto, no Brasil o cuidado
paliativo ainda é incipiente, com diversos obstáculos para o seu desenvolvimento como conhecimento
superficial sobre o assunto por profissionais de saúde mesmo dentro da oncologia. A disponibilidade
de diversas linhas de tratamento associada a indicação equivocada de pacientes oncológicos em estado
avançado para unidades de cuidados intensivo além da dificuldade de aceitação por pacientes e
familiares dificulta a transição para o cuidado palaitivo exclusivo. Neste contexto é importante que a
equipe de saúde saiba não só identificar o momento adequado de interromper procedimentos e
terapêuticas obstinadas como também esteja atenta às condições clínicas, socio-econômicas,
espirituais e psicológicas do paciente, para que essa transição de cuidados aconteça de forma adequada
e que permita o planejamento do seguimento dos cuidados paliativos. OBJETIVO: analisar o perfil
dos pacientes oncológicos que encerraram o tratamento para cura/controle da doença e foram
encaminhados diretamente de sua unidade/clínica de origem de tratamento para a unidade de cuidados
paliativos exclusivos no setor de internação hospitalar. METODOLOGIA: Estudo quantitiativo,
retrospectivo, onde foram avaliados dados sociodemográficos e clínico-epidemiológicos de todos os
pacientes que foram encaminhados para a unidade de cuidados palaitivos exclusivos oriundos de
setores de internação das clínicas de origem para a internação da unidade de cuidados paliativos no
período de janeiro de 2021 a dezembro de 2021. RESULTADOS: foram analisados 386 pacientes
que foram encaminhados para o serviço de internação hospitalar de uma unidade de cuidado paliativo
exclusivo. Predominam nessa população mulheres 63% (243), pardas 43,2% (105), solteiras 40,3%
(98), cristãs 85,6% (208), com faixa etária entre 65 e 75 anos (n = 121), com ensino fundamental
incompleto 31,3% (76) e naturais do Rio de Janeiro 86,7% (sem distinção de gênero). As
características clínico-epidemiológicas são de 37% (90) de internações de mulheres por tumores
mamários e 9,1% (13) de internações de homens por tumores localizados na próstata. Destes, 48,7%
(188) do casos internaram com KPS = 40%, com 69% (264) dos motivos de internação para controle
de sintomas/tratamento clínico. O desfecho óbito ocorreu em 91,1% (352) casos. Média de 10 dias
entre o período de internação na unidade de cuidados paliativos e o óbito. CONCLUSÃO: observase influências sociais e epidemiológicas importantes com a necessidade de integração entre o cuidado
paliativo e o tratamento modificador da doença.
Description
45 f.: il. color.
Citation
FERNANDES, Julia Souza. Perfil clínico-epidemiológico de pacientes oncológicos na transição para o cuidado paliativo exclusivo. 2023. Trabalho de Conclusão de Curso (Residência Multiprofissional em Oncologia) - Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, 2023.