Barreiras para o encaminhamento para o cuidado paliativo exclusivo: a percepção do oncologista
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Pacientes com câncer avançado demandam cuidados paliativos. Nosso objetivo foi o de avaliar
as barreiras ao encaminhamento ao cuidado paliativo na percepção de oncologistas. Desenvolvemos um
estudo com oncologistas de uma instituição de referência nacional, questionando-os quanto a aspectos
da sua formação acadêmica, à compreensão dos significados de cuidados paliativos, bem como limites e
benefícios do encaminhamento de pacientes a uma unidade de cuidados paliativos exclusivos. A análise
qualitativa foi realizada por meio da técnica de análise de conteúdo de Bardin. Participaram 19 oncologistas,
que, apesar de definirem o cuidado paliativo com características multidisciplinares, voltado para doença
avançada, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida, relataram dificuldades no encaminhamento
relacionadas ao próprio profissional, expectativas dos pacientes ou familiares, obstinação terapêutica
e características institucionais. A criação de um ‘time consultor’ nas unidades de cuidados usuais foi a
principal estratégia relatada como potencial facilitadora para essa transição de cuidados. Concluímos que
a deliberação do cuidado paliativo exclusivo para pacientes com câncer avançado é uma tarefa difícil,
que perpassa diferentes barreiras. A dicotomia existente entre ‘tratamento’ e ‘paliação’ na modalidade
do cuidado paliativo exclusivo deve ser repensada, contrapondo a ideia do cuidado paliativo ofertado a
partir do diagnóstico.