Comparação entre os níveis de sedação, analgesia e abstinência no neuroblastoma e outras neoplasias sólidas em pacientes internados no CTIP do Instituto Nacional do Câncer (INCA)

Abstract

Introdução: Neuroblastoma é o tumor extracraniano sólido mais comum na infância acometendo principalmente crianças abaixo de 10 anos, com idade ao diagnóstico de 19 meses. É responsável por 12% das mortes associadas ao câncer em crianças com menos de 15 anos de idade. Tem localização primária no abdômen (massa adrenal corresponde a cerca de 40% dos casos), tórax, cervical ou em gânglios simpáticos pélvicos1,3. A sedoanalgesia utilizada nas crianças portadoras do tu mor em questão tem por objetivo o controle da dor, a diminuição da ansiedade, a redução da demanda metabólica de oxigênio, o que permite o tratamento da doença de base. Com o uso de tais medicações, pacientes podem vir a desenvolver tolerância, taquifilaxia e abstinência. Métodos: Estudo observacional, descritivo, retrospectivo a partir da revisão de prontuários de pacientes pediátricos portadores de neuroblastoma e outros tumores sólidos (exceto os tumores primários e/ou metástaticos para o sistema nervoso central) internados no CTIP do INCA no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2017, que necessitaram de sedoanalgesia. Resultados: Observada na coorte de neuroblastoma dosagens maiores de benzodiazepínicos, hipnóticos, opióides e agonistas alfa-2 para analgesia e sedação, assim como maior incidência de delirium e abstinência quando comparados com outras neoplasias. Conclusão: Pacientes pediátricos com neuroblastoma na coorte estudada apresentam dificuldade maior para obtenção de sedação e analgesia, bem como maior frequência de delirium e abstinência quando comparados com outras neoplasias. Mais estudos prospectivos serão relevantes para maior compreensão desse achado.