Metástases orbitárias de tumores mamários: ensaio iconográfico
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O aumento da sobrevida decorrente dos avanços no tratamento do câncer, assim como as melhorias nas técnicas diagnósticas, proporcionaram o aumento da incidência das metástases orbitárias (MO) e, consequentemente, a necessidade de ampliar o conhecimento sobre estas entidades. A órbita, local cuja manipulação tem alto risco de morbidade, beneficia-se dos métodos diagnósticos não-invasivos, como os exames de imagem, tornando imprescindível a produção deste ensaio iconográfico. Os dados mais recentes mostram que até 13% dos tumores orbitários são metástases, sendo o câncer de mama o tumor primário responsável por cerca de 28,5 – 58,8% delas. Este tropismo pela órbita provavelmente se deve à expressão de receptores de estrogênio pela conjuntiva e pelas glândulas lacrimais, assim como à produção de estrogênios pela gordura periorbital, tornando-a um sítio atrativo para os tumores sensíveis a hormônios. Na literatura, o carcinoma lobular infiltrante (CLI) da mama está associado a um risco cinco vezes maior de MO, quando comparado ao carcinoma ductal invasivo, apesar deste último corresponder a 85% dos tumores mamários. Entretanto, neste ensaio, apenas dois, dos cinco casos relatados, tem como primário o CLI. Em geral, as MO infiltram difusamente os tecidos intraconais e extraconais, causando proptose, diplopia e prejuízo da movimentação ocular. No entanto, em cerca de 10% dos pacientes, elas apresentam-se como lesões infiltrativas fibróticas, que através de um processo multifatorial envolvendo atrofia da gordura orbitária, contração do tecido fibroso e deslocamento mecânico posterior do globo ocular, determinam enoftalmia. Este fenômeno é visto em dois, dos cinco casos aqui apresentados. Em relação ao sítio de implante, os estudos sugerem que a coroide é o local mais comum, seguido pelos ossos e gordura orbitárias, e incomumente, musculatura ocular extrínseca. Em contrapartida, neste ensaio iconográfico, há dois casos que acometem a musculatura extrínseca, um, o ápice orbitário, um, o espaço intraocular e um, multicompartimentos. O diagnóstico definitivo é dado pelo histopatológico da lesão, entretanto, em pacientes com doença oncológica comprovadamente disseminada, o surgimento de uma nova lesão orbitária pode ser considerada implante secundário. Nestes casos, a ressonância magnética torna-se o método mais sensível e específico para o diagnóstico, evitando assim os riscos das graves complicações inerentes à biópsia.
Description
18 f: il. color.
Citation
VEDOVELI, Nara. Metástases orbitárias de tumores mamários: ensaio iconográfico. 2025.Trabalho de Conclusão de Curso (Residência Médica em Radiologia e Diagnóstico por Imagem) — Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, 2025.