Pontos Fortes e Fracos do Exame PET/CT com 18FDG na Avaliação do tratamento Neoadjuvante do Câncer de Esôfago Distal: Discussão de Casos.

Abstract

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) reafirma o seu propósito em fortalecer a vigilância do câncer no Brasil, tendo estimado para cada ano trienal, aumento progressivo do número de casos novos para o câncer de esôfago do triênio. Desta maneira, um protocolo de pesquisa, denominado “Quimera”, foi direcionado para investigar os benefícios adicionais do tratamento neoadjuvante para os pacientes com câncer de esôfago distal potencialmente ressecável, matriculados nesta instituição. O regime da neoadjuvância no protocolo “Quimera” consistiu inicialmente de dois ciclos de quimioterapia de indução com carboplatina e paclitaxel, seguindo com este mesmo esquema quimioterápico e radioterapia concomitante. A tomografia por emissão de pósitrons integrada à TC de baixa dose (PET/CT) com fluordesoxiglicose marcada com flúor-18 ( 18FDG) desempenhou um papel crucial na triagem dos pacientes com os critérios de inclusão estabelecidos no protocolo “Quimera”. O presente trabalho, avalia a resposta metabólica do tumor, baseada no processamento sequencial das imagens durante as etapas do regime neoadjuvante instituído (pré-operatório). Neste contexto, selecionamos dois pacientes do protocolo “Quimera”, diagnosticados com carcinoma de células escamosas (CEC) e adenocarcinoma (AdenoCA) moderadamente diferenciados, localizados no esôfago distal, respectivamente. Estes tipos histopatológicos mais prevalentes apresentam hipermetabolismo glicolítico correlacionado à alta taxa de proliferação celular e agressividade. O ponto forte do exame PET/CT com 18FDG demonstrou ser uma ferramenta suplementar, não somente para a exclusão de metástases à distância, como também, para o monitoramento ao longo das etapas da neoadjuvância, e, para a seleção dos pacientes respondedores e não-respondedores metabólicos para a cirurgia curativa, notadamente no diagnóstico de CEC. O ponto fraco a destacar refere-se ao estadiamento nodal (N), pois a avaliação, baseada em PET/CT 18FDG, dos linfonodos regionais para a ressecção em bloco, é dependente da distância entre as cadeias nodais regionais com hipercaptação do radiotraçador e os órgãos situados na vizinhança do longo trato gastroesofágico, como o coração e o estômago, com distribuição glicolítica metabólica fisiológica