Rede Câncer 39

Abstract

Ao se ouvir um diagnóstico de câncer, todas as preocupações voltam-se para os cuidados clínicos. Mas a medicina não detém exclusividade sobre o tratamento do paciente, que será afetado em aspectos financeiros, psicológicos e sociais. Nesse momento, o equilíbrio demonstrado por parentes e amigos é essencial. E é preciso entender ainda que as pessoas emocionalmente próximas aos pacientes com câncer também demandam atenção e carinho. Um pouco do poder transformador dos laços afetivos na recuperação daqueles direta ou indiretamente atingidos pela doença pode ser conhecido em Capa. Transformação, aliás, é um dos objetivos declarados pelos formuladores de projetos de lei em tramitação em várias esferas legislativas pelo País. Esses projetos tentam melhorar a vida do paciente oncológico. O problema é que, muitas vezes, os assuntos são diversos e apenas replicam ações já praticadas pelas instituições que lidam com a doença. Falta orientação especializada na hora de propor uma lei? Acompanhe essa discussão em Política. Foi uma boa orientação, por falar nisso, que levou projetos gastronômicos a instituições oncológicas. O objetivo é mostrar que alimentação gostosa e saudável não é necessariamente uma contradição, como apregoam o senso comum e a indústria alimentícia. Mais do que isso: o preparo dos alimentos pode ser um estímulo às emoções positivas. Em Social, é possível saborear a experiência de dois hospitais oncológicos – um no Norte e outro no Sudeste do País – com a gastronomia. Para saborear uma boa comida, o ideal é que a boca também esteja saudável, não é mesmo? A prevenção e o diagnóstico do câncer da cavidade oral têm aberto muitas alternativas de trabalho para o cirurgião-dentista que deseja atuar na área oncológica. Mas o profissional enfrenta barreiras para abraçar esse campo. Os obstáculos começam já na graduação, que não aborda o paciente com o câncer. Descubra os maiores problemas e possíveis soluções em Educação. Por outro lado, metodologias para o enfrentamento da doença, felizmente, estão em aperfeiçoamento constante. É o caso, por exemplo, da epidemiologia descritiva, que analisa taxas de incidência de câncer e o número de novos casos, relacionando-os ao tamanho e à idade da população, comparando essas taxas em populações distintas no interior de um país ou de uma região do planeta, para entender por que são diferentes e por que os variados tipos de câncer são mais comuns em certos locais. A importância desses números para a política de controle do câncer no Brasil e no mundo é explicitada, em Entrevista, por Freddie Bray, chefe da Seção de Vigilância do Câncer da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer. Saberes como os pontuados acima, normalmente, têm nos mais velhos seus maiores guardiães. E não apenas na área da Saúde. A música, por exemplo, perdeu recentemente o cantor Luiz Melodia, aos 66 anos, vítima de um tipo raro de câncer no sangue. O tratamento do câncer no idoso exige trabalho multidisciplinar e olhar individualizado, como é mostrado em Assistência. Afinal, nós os queremos por aqui mais tempo, para ouvi-los ensinar, ou, como entoava o cantor, por “pura melodia”. Boa leitura! Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva