O papel da cofilina-1 na progressão do câncer colorretal
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O câncer colorretal (CCR) em estágios avançados é frequentemente uma doença letal devido à
formação de metástases. A reorganização do citoesqueleto de actina é um evento crucial da migração
celular durante a ativação do programa de transição epitélio-mesenquimal (TEM), e está associado
com a aquisição de propriedades metastáticas pelas células tumorais. A proteína cofilina-1 modula a
dinâmica do citoesqueleto através do corte e despolimerização da actina, levando a formação de
protusões de membrana, migração e invasão celular. No entanto, o papel da cofilina-1 durante a TEM
no CCR é ainda desconhecido. Na primeira parte do estudo, avaliamos o papel da cofilina-1 durante a
TEM induzida pelo tratamento com TGF-β na linhagem de câncer de cólon HT-29. Nossos resultados
demonstraram que a cofilina-1 e a sua forma fosforilada, pcofilina-1, apresentam distribuição
subcelular distinta em células que sofreram TEM, cofilina-1 distribui-se em regiões de lamelipódio,
enquanto pcofilina-1 localiza-se na parte posterior da célula próximo às fibras de stress. Verificamos
também que o silenciamento de cofilina-1 foi capaz de reverter parcialmente os efeitos do tratamento
com TGF-β, pois a redução dos níveis de ativação do eixo pLIMK2-pcofilina-1 nas células silenciadas
contribuiu para restauração tanto dos níveis proteicos quanto da localização subcelular de E-caderina e
claudina-3, além de promover a reorganização dos filamentos de actina e diminuição do nível da
proteína mesenquimal vimentina. Além disso, as células silenciadas exibiram taxas de migração e
invasão reduzidas, bem como diminuição da atividade de MMP-2 e -9 e aumento do tamanho das
adesões focais. Confirmando esses resultados, a expressão do mimético de pcofilina-1 S3E (forma
inativa) reduziu também os níveis proteicos de E-caderina e claudina-3, bem como sua presença nos
contatos célula-célula, além de induzir aumento dos níveis de vimentina. Na segunda parte do estudo,
o objetivo foi verificar a expressão gênica e os níveis proteicos de cofilina-1 e de suas reguladoras
LIMK1 e SSH1 em amostras de CCR humano, a fim de compreender melhor o papel destas proteínas
ao longo da progressão tumoral. Foi observado que pacientes no estadio III apresentavam níveis
elevados de cofilina-1 e SSH1. Estes altos níveis foram positivamente associados com metástase
linfonodal, um importante parâmetro de progressão tumoral. Ademais, utilizando dados do banco
TCGA foi demostrado correlação negativa entre as proteínas cofilina-1 e SSH1 em todos os estadios,
em especial no estadio III. Conjuntamente, os resultados sugerem que a proteína cofilina-1 é crucial na
TEM induzida por TGF-β, regulando a mudança da morfologia epitelial para mesenquimal, atuando
nos processos de migração e invasão celular, regulando a organização do citoesqueleto de actina e das
adesões celulares em câncer de cólon. Portanto, nossos dados sugerem que as proteínas cofilina-1 e
SSH1 podem ser úteis não somente para estratificar pacientes com alto risco de acometimento de
linfonodos, como também se mostram promissores alvos para o desenvolvimento de novos
tratamentos capazes de controlar a disseminação tumoral.
Description
155 p.: il. color.
Keywords
Neoplasias Colorretais, Colorectal Neoplasms, Neoplasias Colorrectales, Progressão da Doença, Disease Progression, Progresión de la Enfermedad, Fatores de Despolimerização de Actina, Actin Depolymerizing Factors, Factores Despolimerizantes de la Actina, Transição Epitelial-Mesenquimal, Epithelial-Mesenchymal Transition, Transición Epitelial-Mesenquimal
Citation
SQUIAVINATO, Annie Cristhine Moraes Sousa. O papel da cofilina-1 na progressão do câncer colorretal. 2019. Tese (Doutorado em Oncologia) - Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, 2019.