Perfil funcional dos pacientes diagnosticados com câncer de mama matriculados no hospital do câncer III/ INCA

Abstract

Introdução: O câncer de mama corresponde ao tipo de câncer de maior incidência e elevada proporção de mortalidade entre as mulheres brasileiras. Sua fisiopatologia e tratamento causam diversas complicações que acarretam prejuízos comprometendo a qualidade de vida e a capacidade cardiorrespiratória do paciente. Estudos ressaltam a importância de se realizar o delineamento do perfil funcional, para identificar as alterações atuais e antecipar as futuras advindas do tratamento. Objetivo: Identificar o perfil funcional dos pacientes diagnosticados com câncer de mama matriculados no

Hospital do Câncer III/INCA antes de iniciar o tratamento oncológico. Método: Trata- se de um estudo do tipo observacional, descritivo, transversal realizado no Hospital

do Câncer III/INCA. Foram incluídos pacientes com idade igual ou superior a 18 anos, diagnosticados com câncer de mama que foram submetidos à consulta de primeira vez no serviço de fisioterapia no período de janeiro a agosto de 2023. Excluídos os que iniciaram o tratamento para o câncer de mama fora da Instituição e aqueles que possuem déficit cognitivo e fazem uso de cadeira de rodas. Foram coletados dos prontuários físico e eletrônico os dados sociodemográficos e clínicos. Para o perfil funcional, foram coletados dados do exame físico e testes cinético-funcionais realizados para a avaliação: performance status (PS), dinamometria para avaliar a força muscular, circunferência de panturrilha para massa muscular, teste Timed Up and Go (TUG) para avaliar a mobilidade, teste de sentar e levantar de 1 minuto (TSL1) para capacidade funcional e questionário Functional Assessment of Chronic Illness Therapy-Fatigue (FACIT-Fatigue) para avaliar a fadiga. A normalidade dos dados foi testada pelo teste de Shapiro Wilk, considerando como distribuição normal aquelas com p > 0,05. Análises descritivas e dispersão para as variáveis contínuas e frequência absoluta para variáveis categóricas, utilizado o programa estatístico SPSS versão 21.0. Resultados: Foram incluídos 293 pacientes, 99,7% do gênero feminino, com média de idade de 57,62 (±11,70) anos, em 66,9% o estadiamento clínico foi o inicial (≤ IIB), o subtipo molecular mais observado foi o luminal B (41,1%). A comorbidade mais frequente foi a HAS em 53,2%, e 49,1% eram obesos. Quanto ao perfil funcional, 21,8% dos pacientes apresentaram uma redução da força de preensão palmar, 48,3% estavam com déficit de massa muscular, 43,2% realizaram < 20 repetições no TSL1, 25,6% apresentaram fadiga severa, mas, em contrapartida, 97,9% dos pacientes apresentaram boa performance física no TUG. Conclusão: Observou-se que os resultados obtidos permitiram identificar o perfil funcional dos pacientes ao diagnóstico e antes de iniciarem o tratamento oncológico, apresentando comprometimentos funcionais como redução da força muscular, déficit de massa muscular, capacidade cardiorrespiratória reduzida e fadiga severa.