Avaliação da função sexual e da atividade física em mulheres na menopausa precoce após tratamento de câncer de colo de útero

Abstract

Introdução: O câncer do colo do útero se desenvolve de forma lenta, podendo ser identificável na fase inicial e ser curável. É o câncer que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura se diagnosticado precocemente, tendo sua incidência mais prevalente entre mulheres de 40 a 60 anos de idade (INCA, 2001). Dentre os tratamentos dos cânceres ginecológicos, há os procedimentos cirúrgicos, quimioterápicos (QT) e radioterápico (RT) que agem de forma agressiva e atingem diretamente os órgãos sexuais. Esses tratamentos resultam em perda de função ovariana e induzem a menopausa precoce, definida pela North American Menopause Society (Nams) como a cessação da menstruação após ooforectomia terapêutica ou iatrogênica ou ablação da função ovariana sendo resultado da administração de quimioterapia ou radiação pélvica (NAMS, 2017). Objetivo: Conhecer a função sexual e o nível de atividade física em mulheres na menopausa precoce após tratamento de Câncer de Colo de Útero. Metodologia: Estudo transversal descritivo entre mulheres submetidas ao tratamento para câncer de colo do útero, matriculadas no Hospital do Câncer II (HCII) do Instituto Nacional de Câncer (INCA). As características clínicas e sociodemográficas foram analisadas utilizando estatística descritiva (valores absolutos e percentagem de frequência, média e desvio padrão). Os instrumentos de coleta de dados foram questionários incluindo variáveis sociodemográficas e clínicas, questionário de avaliação do índice de função sexual feminina (FSFI) (THIEL et al., 2008) e questionário internacional de atividade física - forma curta IPAQ (HALLAL et al, 2010). Resultado: A população estudada, de 34 mulheres, apresentou a média de idade no momento do diagnóstico histopatológico de 38,2 anos (desvio padrão de 6,88), mínimo de 25 anos e máximo de 50 anos, onde a maioria possuía estado civil solteira (64,7%) e média de escolaridade do 1º grau (49,9%). Sendo as participantes que responderam ao questionário FSFI, obtiveram o resultado 64,7% destas apresentando disfunção sexual. Já em relação ao nível de atividade física destas mulheres atualmente, cinco (14,71%) são muito ativas fisicamente, 18 (52,94%) ativas e 11 (32,35%) sedentárias de acordo com a classificação do questionário IPAQ. Concluímos que o perfil encontrado nesse estudo é de pacientes jovens, que trouxeram como consequência após tratamento oncológico a disfunção sexual em suas vidas e possuíam um bom nível de atividade física.