Cuidado e Divisão Sexual do Trabalho no Tratamento Oncológico
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MM
Abstract
A partir da inserção como assistente social em uma unidade oncológica, o presente trabalho,
baseado na perspectiva de gênero, traz reflexões sobre o cuidado das famílias na saúde. O cuidado
como atividade atribuída à mulher naturaliza a sua responsabilidade, ocasionando sobrecarga de
trabalho na vida das cuidadoras. A apropriação do acompanhamento dos pacientes pelas mulheres é
percebida como sendo atributo da essência do feminino e insere-se na divisão sexual do trabalho, que
no patriarcado pressupõe desigualdades. A discussão apresenta-se em um processo de
responsabilização das famílias pelo provimento do bem-estar dos pacientes, que é agravado com os
retrocessos das políticas sociais na atualidade. A família é convocada a apoiar o usuário em diversos
momentos do tratamento, independentemente de políticas sociais que possibilitem esse suporte e,
ainda, para suprir deficiências dessas políticas. Mioto (2015, p. 150) discute que essa
responsabilização acontece em um “nebuloso campo de indefinições e negociações que podemos
denominar de ‘campo do cuidado’”, que envolvem exigências estratégicas para a transferência dos
custos do cuidado para as famílias, que são tanto financeiros, como emocionais e de trabalho. A
requisição do trabalho familiar pela política social reforça a divisão sexual do trabalho e sua
invisibilidade. Desta forma, a destinação de responsabilidades às mulheres precisa ser compreendida
no contexto do capitalismo e patriarcado.
Description
p. 1-8.
Citation
COSTA, Cecília Maria Valter. Cuidado e Divisão Sexual do Trabalho no Tratamento Oncológico. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL FAZENDO GÊNERO, 11., 2017, Florianópolis. Anais [...]. Florianópolis: MM, 2017. p. 1-8.