Aspectos culturais na amamentação prolongada: Contribuição da enfermagem para a estratégia saúde da família
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Universidade Federal do Estado do Rio Janeiro. Centro de Ciências Biológicas e de Saúde.
Abstract
Esta investigação tem como objeto de estudo a vivência de mulheres em amamentação
prolongada atendidas pela Equipe Saúde da Família. O interesse pelo tema surgiu
durante a graduação, por experiências profissionais assistenciais e docentes. A decisão
pelo aleitamento prolongado pode ter ainda como fatores os aspectos sociais, culturais e
econômicos, sendo uma questão pouco estudada e divulgada, haja vista que as mães que
têm esta prática sofrem certo preconceito da sociedade. São escassos os estudos
abordando a manutenção da amamentação por 2 anos ou mais, como recomenda a
OMS. Cabe questionar se os profissionais da ESF estão preparados para atender os
anseios das mulheres que vivenciam a amamentação prolongada. Os objetivos traçados
são: 1) descrever a dimensão da estrutura cultural e social das mulheres que vivenciam a
amamentação prolongada; 2) identificar as estratégias da equipe de Saúde da Família e
das mulheres sobre a (des)continuidade da amamentação prolongada. Utilizaram-se
conceitos da Teoria de Madaleine Leininger para dar suporte. Estudo qualitativo, de
natureza exploratória e caráter descritivo. O cenário escolhido foi a Unidade de
Estratégia Saúde da Família pertencente ao 1º Distrito de Saúde do Município de Duque
de Caxias, estado do Rio de Janeiro, localizada no bairro Gramacho. A unidade é
composta por 3 equipes de Saúde da Família, que abrangem áreas adstritas
diferenciadas. Foi aprovado pelo CEP UNIGRANRIO, Parecer nº 563.142/2014. Os
dados foram produzidos através de entrevistas guiadas por formulário, um para o
profissional da ESF e outro para a mãe que vivenciou o processo de amamentação
prolongada. A produção dos dados aconteceu de maio a dezembro de 2014. Foram
entrevistados 22 participantes divididos em dois grupos, um composto por 11
profissionais da ESF e outro por 11 mulheres que vivenciaram a amamentação
prolongada. Os dados produzidos foram codificados e sintetizados em duas categorias
analíticas pré-determinadas a partir das entrevistas guiadas pelos formulários sobre a
amamentação prolongada de maneira a responder os objetivos traçados: 1ª) As
dimensões da estrutura cultural e social das mulheres que vivenciam a amamentação
prolongada; 2ª) Estratégias para (des)continuidade da amamentação prolongada: saber
popular e o saber profissional. A dificuldade relatada por todas as mães entrevistadas foi
momento do desmame. O que se conclui é que a amamentação prolongada é opção, uma
escolha da mulher. É uma prática cultural, mas é também solitária, pois muitas das mães
as vezes, não têm incentivo e apoio de profissionais e da sociedade. Tem fatores
culturais e sociais imbricados, e as mães participantes revelaram constrangimento em
amamentar crianças grandes em público.