Estudos sobre a hepatite B em pacientes Submetidos a imunossupressão com rituximabe

Abstract

A hepatite B é uma doença de baixa a intermediária endemicidade no Brasil e pode acrescentar importante morbimortalidade a pacientes com imunidade comprometida. Esta Tese avaliou três estudos envolvidos diretamente ou indiretamente na prevenção da hepatite B em pacientes imunossuprimidos com rituximabe. O estudo 1 analisou a resposta de pacientes candidatos a imunossupressão com rituximabe à vacina contra hepatite B. O estudo 2 descreveu a cinética dos títulos de anti-HBs antes e após a quimioterapia com rituximabe. O estudo 3 avaliou o desempenho de estratégias de educação médica e de busca ativa de pacientes na aplicação de prevenção da reativação do vírus da hepatite B (VHB) em pacientes imunossuprimidos com rituximabe. Os Estudos 1 e 3 avaliam o desfecho de intervenções, enquanto que o estudo 2 é observacional. O estudo 1 é prospectivo e os estudos 2 e 3 possuem coleta de dados prospectiva e retrospectiva. O estudo 1 evidenciou taxa de imunização contra hepatite B de 0% na coorte estudada. O estudo 2 demonstrou queda dos títulos de anti-HBs após o rituximabe (162 vs 83mUI/mL; p=0,04) e que pacientes com títulos de anti-HBs > 50 a 100mUI/mL parecem estar protegidos de soroconversão anti-HBs negativa. O estudo 3 evidenciou uma alta frequencia de rastreamento de HBV (93%) nos pacientes da coorte. Medidas de educação e conscientização médicas são eficazes para aumentar as taxas de prevenção de reativação de hepatite B em pacientes imunossuprimidos com rituximabe (período 1: 33,3% vs período 2+3: 70,6%; p=0,02). Todavia, ainda há barreiras a serem ultrapassadas como a melhora da aderência às estratégias de prevenção da reativação do VHB. Em conjunto, estes estudos trazem dados inéditos e apontam que ainda é necessário muito avanço científico no campo da prevenção da reativação da hepatite B em pacientes imunossuprimidos com rituximabe. Para profilaxia primária, são necessárias estratégias de vacinação mais precoce e com esquemas vacinais de melhor desempenho. Nos pacientes com infecção prévia resolvida pelo VHB, é preciso refinar os subgrupos de maior risco de reativação do VHB para otimizarmos os manejo da sua prevenção. Estratégias de educação e conscientização médica parecem ser eficazes para melhorar a prevenção da reativação do VHB em imunossuprimidos e devem ser expandidas para outros centros no Brasil e no mundo.