Avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde e função sexual em mulheres com câncer ginecológico no pré e pós radioterapia

Abstract

Introdução: O câncer é uma das principais causas de mortalidade global e no Brasil, a estimativa para 2023-2025 indica cerca de 483 mil novos casos de câncer. Dentre os cânceres ginecológicos, destacam-se o câncer de colo do útero (CCU) e o de endométrio (CE). Os tratamentos incluem cirurgia, quimioterapia e radioterapia (RxT), podendo ser aplicados isoladamente ou de forma combinada. A radioterapia, pode ser realizada por teleterapia ou braquiterapia e seus efeitos colaterais impactam a saúde física, psicológica e social da mulher, comprometendo sua sexualidade e qualidade de vida (QV). Assim, faz-se necessária uma investigação mais aprofundada sobre a função sexual feminina e os efeitos que o câncer ginecológico e a radioterapia trazem na QV dessa população. Métodos: Estudo de coorte prospectivo, tendo como população estudada mulheres com diagnóstico de câncer de colo de útero e de endométrio com indicação para o procedimento de radioterapia e/ou braquiterapia matriculadas na Unidade Hospitalar II, do Instituto Nacional do Câncer (INCA/ HCII), no período de novembro de 2019 a março de 2023. As avaliações de cada amostra foram realizadas nos períodos, pré-radioterapia, após 45 dias da Rxt e 3 meses após a Rxt, respectivamente. Resultados: Foi identificado um elevado número de “missings” nos 3 períodos estudados, devido à falta de avaliação ou resposta incompleta em algum item do questionário FSFI. Também, foi visto que o estado de saúde global das pacientes com CE mantém-se acima de 60 nos três momentos, representando uma melhor QV. Além disso, foi visto um alto grau de disfunção sexual nas pacientes de CCU nas três fases avaliadas. Conclusão: Pensar sobre a qualidade de vida de sobreviventes ao câncer ginecológico, necessariamente, implica em estudar a DSF. Contudo, faz-se necessária a realização de estudos de validação de outros instrumentos para a avaliação de sexualidade entre mulheres tratadas por tumores ginecológicos que incluam aquelas que não possuem parcerias fixas, bem como avançar na redução de disparidades quanto à pesquisa em saúde na população trans.