Rede Câncer 54

Abstract

Imagine a seguinte situação: uma tecnologia revolucionária, mas cara, para o controle do câncer sendo oferecida dez vezes mais barata do que em países ricos e atendendo a um número maior de pessoas no Brasil. É exatamente isso que o País começa a obter por meio da parceria entre Fiocruz, INCA e a organização americana sem fins lucrativos Caring Cross, que desenvolveu a terapia. Basicamente, a terapia CAR-T utiliza as células imunológicas modificadas do próprio paciente para destruir as que foram afetadas pelo câncer. Saiba mais desse método que inaugura um paradigma e que em breve será ofertado pelo SUS em Capa. Mas o controle do câncer não se dá apenas com terapia inovadoras, e sim com ações mais globais. Assim, a redução de incidência de tumores malignos, o acesso adequado ao cuidado integral, o auxílio à qualidade de vida de pacientes e a redução da mortalidade são alguns dos objetivos da nova Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, sancionada no final do ano passado, e do Programa Nacional de Navegação da Pessoa com Diagnóstico de Câncer. Veja o que muda e os avanços com as medidas em Política. A ciência também avança para reduzir as sequelas do câncer. Um exemplo disso é o que traz Assistência com a técnica anestésica para reduzir a dor crônica – que atinge até 70% das mulheres – e a depressão depois da retirada da mama em decorrência da doença. O método associa a anestesia geral, durante a mastectomia, com o bloqueio de nervos da região mamária. Dessa forma, o estímulo da dor pelos nervos é impedido de maneira duradoura. Contudo, sabe-se que só a tecnologia pode não ser suficiente para dar conta de todos os tipos de dores de quem é acometido pelo câncer. Às vezes, nada substitui o cuidado com o outro. Por isso mesmo, ONGs que prestam assistência psicológica a pacientes que enfrentam sentimentos intensos de solidão, insegurança e incerteza cumprem um papel fundamental nesses momentos. Hoje, tem-se a certeza de que a saúde mental é decisiva para o tratamento de tumores malignos. Surpreenda-se em Social. Também em uma demonstração de cuidado com outro problema não tão debatido, a atriz Marieta Severo decidiu relevar publicamente que tinha um tumor no endométrio (tecido que reveste o interior do útero). Ela considerou importante falar sobre o tema e alertar para a vacinação contra o HPV, para as campanhas de saúde e para o fato de que o câncer não é uma sentença de morte. Veja como a força da atriz a faz brilhar dentro e fora dos palcos em Personagem. Em Comportamento, aprendemos, porém, que, quando a própria condição de paciente oncológico é revelada pelas redes sociais, é preciso ter muito cuidado. Os chamados “oncoinfluenciadores” nem sempre recebem as reações esperadas no tribunal da Internet. Comentários agressivos, muitos dos quais sob anonimato, são frequentes nessas situações: os discursos de ódio e as falas depreciativas e preconceituosas podem abalar ainda mais o doente. Felizmente, ainda há compreensão e bons exemplos a seguir nas redes sociais. Boa leitura!

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44 p.: il. color.

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REDE CÂNCER. Rio de Janeiro: INCA, v. 54, maio 2024.

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