Cuidados paliativos e câncer: Uma questão de direitos humanos, saúde e cidadania
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Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2017.
Abstract
A presente pesquisa analisou a política, a base normativa e organizacional da atenção
em cuidados paliativos no câncer, no Brasil. Traçou um breve histórico dessa modalidade de
atenção, de modo a estabelecer relações com os direitos humanos, na perspectiva de saúde
como direito e cidadania. Seus objetivos foram: analisar as instituições de cuidados paliativos
no Brasil, compreendendo o papel do Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da
Silva (INCA) e da Rede CACON/UNACON; analisar a Política Nacional de Prevenção e
Controle de Câncer, do ponto de vista normativo e organizacional e, ainda, da absorção da
demanda face ao novo ordenamento legal (Lei nº 12.732, de 22 de novembro 2012) de
atenção ao câncer na rede pública de saúde; analisar a atenção em cuidados paliativos em
Portugal, no tocante aos desafios políticos, legais e institucionais; estabelecer parâmetros
teóricos para uma transição do conceito de cuidados paliativos no Brasil; e formular propostas
de caráter institucional, com ênfase na organização de um modelo de atenção no Brasil, a
partir dos projetos desenvolvidos no âmbito da pesquisa. Utilizou, como parâmetro de análise
do caso brasileiro, a política desenvolvida em Portugal, considerando este país, inserido na
Comunidade Econômica Europeia, possuidor de uma performance superior no tocante aos
níveis de desenvolvimento de cuidados paliativos. Teve como base metodológica a pesquisa
bibliográfica, nacional e internacional, documental oficial (leis e normas de Brasil e Portugal),
especialmente, no caso brasileiro, os relatórios do Tribunal de Contas da União (2010/2013),
cujo caráter deliberativo foi determinante para a consignação da política de câncer e cuidados
paliativos vigente no Brasil, visitas técnicas (Brasil e Portugal) e entrevistas semiestruturadas
(no Brasil) com sujeitos relacionados à política e sua implementação (profissionais, gestores,
parlamentares, juristas e acadêmicos), além dos alvos da mesma (pacientes, familiares e
cuidadores). Os resultados/discussão foram em relação às entrevistas: dificuldade de
estabelecer um conceito por parte da maioria dos entrevistados (59%); o desconhecimento em
relação à política na percepção dos sujeitos (86%) e o que concerne à pesquisa documental,
principal fonte usada para esse estudo; a política é intempestiva, não resolutiva e não
equitativa; e, quanto aos direitos humanos e a necessidade do reconhecimento social da
questão, respeitando a dignidade da pessoa humana, aprimorando a cidadania e a justiça social
(96.5%). Em resposta à questão norteadora da tese: se os cuidados paliativos, hoje, no Brasil,
atendem aos princípios de direito e cidadania, concluiu-se que não. Finalmente foi proposto
um conjunto de iniciativas de caráter pedagógico e de articulação político-institucional
(objetivos estratégicos estabelecidos no decorrer da pesquisa) e uma reflexão propositiva
quanto à possibilidade de uma transição conceitual.
Description
269 p.: il. color e p&b.
Citation
MENDES, Ernani Costa. Cuidados paliativos e câncer: Uma questão de direitos humanos, saúde e cidadania. 2017. Tese (Doutorado em Saúde Pública) – Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, FIOCRUZ. Rio de Janeiro, 2017.