Impactos clínicos em pacientes com adenocarcinoma HPV independente

Abstract

Introdução: O câncer cervical é o terceiro tipo de câncer mais comum em mulheres e representa um desafio de saúde pública global, especialmente em países de baixa renda devido a desigualdades no acesso à prevenção e ao tratamento. A principal alteração que leva ao câncer cervical é a infecção persistente por tipos oncogênicos do Papilomavírus Humano (HPV). Contudo, entre os tumores cervicais, aproximadamente 15% a 25% são notificados como independentes do HPV (HPV-I), sendo a maioria adenocarcinomas diagnosticados em estágios avançados e com prognóstico reservado. Esses casos têm sido associados, nas últimas décadas, ao uso de medicamentos hormonais, obesidade, tabagismo e fatores genéticos. Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha preconizado o teste HPV-DNA como padrão ouro para a detecção do HPV, ele apresenta limitações no diagnóstico de casos específicos de HPV-I. Objetivo: Analisar o impacto clínico nos diagnósticos citológicos de Papanicolaou e novo teste HPV-DNA para rastreamento e prevenção do câncer do colo do útero em pacientes HPV-negativo. Metodologia: Revisão narrativa e quanti-qualitativa. Para fundamentar o trabalho de conclusão, foram aplicadas chaves de estratégias de buscas nas bases em saúde, a saber: Biblioteca Virtual em Saúde Brasil (BVS) e Pubmed, utilizando os descritores autorizados nos vocabulários controlados Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e Medical Subject Headings (MeSH), tendo como recorte as publicações nas línguas português, inglês, francês e espanhol, completos e gratuitos e outras publicações bibliográficas complementares. Considerações finais:A adoção da nova classificação de adenocarcinoma da OMS de 2020 no Brasil será crucial para a identificação e prevenção de casos de HPV-I. A exclusão do técnico em citopatologia no novo processo de rastreamento por meio do teste HPV-DNA no Sistema Único de Saúde (SUS) compromete a detecção precoce desses casos. Dessa forma, ressalta-se a importância da continuidade do exame de Papanicolau realizado por citopatologistas e a necessidade de novos estudos que abordem essa temática, buscando soluções para a melhoria no diagnóstico e na prevenção do câncer cervical.