FCTC/COP5 Quinta Sessão da Conferência das partes: Convenção-Quadro para Controle do Tabaco da Organização Mundial de Saúde. Relatório e decisões.
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INCA
Abstract
Uma das atribuições da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro
para Controle do Tabaco (CONICQ) é a representação do Estado brasileiro e defesa de
seus posicionamentos nas sessões da Conferência das Partes da Convenção Quadro para
Controle do Tabaco (COP).
A COP é o órgão de governança da Convenção-Quadro e compreende todos seus
Estados Partes. Durantes suas sessões, os Estados Partes tomam conhecimento dos
progressos e desafios na implementação global do tratado e adotam decisões para
promover a sua implementação efetiva. Nessas sessões é permitida a participação, em
status de observador, de organizações não governamentais, Estados não Parte da
Convenção e organismos intergovernamentais. O status de observador é concedido
apenas após sua solicitação formal pelo interessado e a devida aprovação pela COP,
tendo como critério central o respeito ao artigo 5.3 da Convenção. Aos observadores é
concedido o direito de expressar opiniões nas plenárias depois que as delegações
tiverem se manifestado. Outra categoria de participação é a de público. Nessa categoria
se inserem outros atores e organizações inclusive representações da indústria do tabaco.
A princípio, essa categoria pode acompanhar as reuniões plenárias, a não ser que a COP
decida o contrário. Porém sua participação é vedada em reuniões não plenárias como as
reuniões de grupos de trabalho temáticos formados durante as sessões da COP. Não há
direito de manifestação em plenária para essa categoria.
Em novembro de 2012, o Brasil participou da Quinta Sessão da Conferência das Partes
(COP5) realizada em Seul/República da Coreia.
A delegação do Brasil teve como uma de suas missões principais redirecionar os rumos
da minuta de recomendações e opções de políticas para implementação dos Artigos 17 e
18 que tratam respectivamente de alternativas econômicas à produção de fumo e riscos
inerentes a essa atividade. Essa missão decorreu do entendimento do Brasil de que os
termos dessa minuta que recomendavam a redução de áreas plantadas de fumo e outros
tipos de restrições, eram inviáveis e não tinham legitimidade no âmbito da própria
Convenção. Com esse objetivo, houve um grande esforço concentrado da delegação do
Brasil, liderado pelo representante do Ministério das Relações Exteriores, que conduziu
esse processo de forma bastante hábil. Um esforço que também envolveu os
representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e a Secretaria-Executiva da
CONICQ na elaboração de nova proposição, apoio na negociação da sua aprovação por
outras delegações e principalmente negociações para garantir recursos para a
continuidade dos trabalhos do Grupo de Trabalho (GT) dos artigos 17&18. Com isso ,o
Brasil assumiu a grande responsabilidade de liderar os trabalhos desse GT no período
interssesional que antecede a COP6 tendo como objetivo elaborar uma nova minuta de
recomendações e opções de políticas e desenvolver alguns projetos pilotos.
Ainda merece destaque o fato da delegação brasileira designada por ato presidencial ter
contado com a participação de vários setores do Governo Federal – Ministério das
Relações Exteriores, da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Ministério do
Desenvolvimento Agrário, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Advocacia-Geral
da União. Isso permitiu que a delegação pudesse se dividir e participar não só das
atividades do Comitê A e Comitê B da COP como também das várias outras reuniões
temáticas que aconteceram de forma paralela durante a sessão. Assim , a elaboração das
decisões relacionadas aos Artigos 6 contou com a participação ativa do Ministério da
Fazenda e Secretaria da CONICQ; as relacionadas aos artigos 9&10, cigarro eletrônico
e produtos de tabaco sem fumaça contou com a participação ativa de representantes da ANVISA, as do artigo 19 com o representante da AGU. E os temas cooperação
internacional, relatórios e questões administrativas e financeiras contou principalmente
com a colaboração do representante da AISA e da Secretaria Executiva da CONICQ. E
todos os temas contaram com o suporte do MRE e da Secretaria Executiva da CONICQ
que inclusive coordenaram a reunião preparatória para organização do Instrutivo
contendo as orientações para os posicionamentos da delegação.
O presente relatório teve como base os registros da Secretaria-Executiva da CONICQ e
de alguns integrantes da delegação brasileira, e inclui acontecimentos, dinâmicas e
decisões da COP5, bem como aspectos relevantes sobre a participação da delegação
brasileira. Inclui ainda compromissos assumidos pelo país, dificuldades encontradas e
recomendações. Aborda também a atuação da comitiva da cadeia produtiva de fumo,
formada por parlamentares, prefeitos de regiões produtoras de fumo no Brasil e
representantes do sindicato da indústria do tabaco e de associações de produtores de
fumo.
Por fim, agradecemos o apoio recebido por instituições parceiras e enganjadas nas ações
da Política Nacional de Controle do Tabaco executadas pelo Instituto Nacional do
Câncer, com destaque para a Fundação do Cancer e Organização Pan-Americana de
Saúde (OPAS/OMS).
Description
51 p.: il. color.
Citation
COMISSÃO NACIONAL PARA IMPLEMENTAÇÃO DA CONVENÇÃO-QUADRO PARA O CONTROLE DO TABACO (BRASIL). SECRETARIA EXECUTIVA. Quinta Sessão da Conferência das partes: Convenção-Quadro para Controle do Tabaco da Organização Mundial de Saúde. Relatório e decisões. Rio de Janeiro: INCA, 2012. 51 p.