Convenção-quadro para o Controle do Tabaco: texto oficial
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INCA
Abstract
A Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) nasceu a
partir de evidências de que o crescimento do mercado mundial dos produtos
de tabaco, como resultado da liberalização do comércio e do investimento
do capital estrangeiro direto, trouxe uma séria ameaça à saúde pública
global. Essa ameaça tem sido potencializada por estratégias de grandes
companhias transnacionais de tabaco para se inserirem em economias de
mercado emergentes, bem como por desafios transfronteiriços, tais como a
propaganda e o marketing de caráter universal, o comércio pela internet e o
mercado ilegal de produtos de tabaco1
.
Em outras palavras, a globalização da economia tem sido um dos
determinantes do movimento de passagem da carga epidêmica do tabagismo
e de doenças tabaco-relacionadas de países desenvolvidos para países em
desenvolvimento. Ela tem permitido uma agilidade global de transferência
do investimento de grandes companhias de tabaco para países que ofereçam
um terreno fértil para esse comércio, traduzido em mão de obra de baixíssimo
custo, importante ingrediente para otimizar a produção, e em uma elevada
população de jovens pronta para ser estimulada a iniciar o consumo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano
morrem cerca de 5 milhões de pessoas, em todo o mundo, devido ao consumo
dos produtos derivados do tabaco. A OMS também estima que, se a atual
tendência de consumo for mantida nos próximos 30 a 40 anos, quando os
fumantes jovens de hoje atingirem a meia-idade, a epidemia tabagística
será responsável por 10 milhões de mortes por ano, sendo que 70% delas
ocorrerão em países em desenvolvimento. No Brasil, são estimadas mais de
200 mil mortes/ano decorrentes do tabagismo.
O reconhecimento de que a expansão do tabagismo é um problema
mundial fez com que, em maio de 1999, durante a 52ª Assembleia Mundial
da Saúde (AMS), os Estados Membros das Nações Unidas propusessem a
adoção do primeiro tratado internacional de saúde pública da história da humanidade negociado sob os auspícios da OMS. Trata-se da ConvençãoQuadro para o Controle do Tabaco.
Esse tratado articula um grupo de ações baseadas em evidências para
responder à globalização da epidemia do tabagismo e reafirmar o direito de
todas as pessoas aos mais altos padrões de saúde, o que é claramente assumido
no primeiro parágrafo do seu Preâmbulo: “As Partes dessa Convenção
(estão) determinadas a dar prioridade aos seus direitos de proteger a saúde
pública”2
.
A CQCT considera o tabagismo uma epidemia global, e apresenta
o consumo e a exposição à fumaça do tabaco como questões de saúde
pública, com consequências sanitárias, sociais, ambientais e econômicas que
impõem a implementação de medidas, “a fim de reduzir de maneira contínua
e substancial a prevalência do consumo e a exposição à fumaça do tabaco”
Description
2. reimpr.; 62 p.
Citation
COMISSÃO NACIONAL PARA IMPLEMENTAÇÃO DA CONVENÇÃO-QUADRO PARA O CONTROLE DO TABACO (BRASIL). SECRETARIA EXECUTIVA. Convenção-quadro para o Controle do Tabaco: texto oficial. 2. reimpr. Rio de Janeiro: INCA, 2015. 62 p.