Regulação de FOXK2 por AKT: papel na resistência às drogas no câncer de mama

Abstract

O câncer de mama é a principal causa de morte por câncer entre mulheres, com taxas de sucesso terapêutico ainda limitadas pela resistência aos quimioterápicos. Em um trabalho prévio, nosso grupo demonstrou que o fator de transcrição FOXK2 medeia a sensibilidade às drogas em células de câncer de mama. Por outro lado, células quimiorresistentes e pacientes com pior prognóstico possuem níveis proteicos de FOXK2 constitutivamente elevados, sugerindo que modificações pós-traducionais podem inativar suas funções. Uma análise in silico revelou a quinase oncogênica AKT como a principal possível reguladora de FOXK2 e, assim, estabelecemos a hipótese de que AKT fosforila e inativa FOXK2 em células de câncer de mama. Nossos dados prévios indicam que o maior conteúdo proteico de FOXK2 está associado com maiores níveis de AKT fosforilada e com um fenótipo de maior sobrevivência e resistência à doxorrubicina em células de câncer de mama. Com isso, o objetivo desse projeto foi avaliar o papel das modulações de AKT nos níveis proteicos e na localização subcelular de FOXK2, bem como o impacto do eixo AKT-FOXK2 na resistência aos quimioterápicos em células de câncer de mama. Após a inibição gênica e farmacológica de AKT, as células quimiorresistentes MDA-MB-231 mostraram uma redução dos níveis proteicos exógenos e endógenos de FOXK2, particularmente das bandas de menor mobilidade, um potencial indicativo de modificações pós-traducionais. O efeito da regulação de FOXK2 por AKT não depende de GSK3β, uma vez que a inibição de GSK3β não altera o perfil de bandas de FOXK2 em células MDA-MB-231. Por fracionamento subcelular, observamos que FOXK2 e AKT fosforilada encontram-se predominantemente no núcleo de células MDA-MB-231, diferente do observado nas células MCF-7, perfil esse que não é modulado mediante a inibição farmacológica de AKT. Adicionalmente, experimentos envolvendo o tratamento com a lambda- fosfatase e a corrida em gel Phos-tag sugerem que a mobilidade de FOXK2 é alterada em células MDA-MB-231. Reforçando nossos achados, uma análise in silico identificou sítios de fosforilação em FOXK2 mais expressos em amostras tumorais de câncer de mama. Por fim, ensaios funcionais revelaram que a inibição e superexpressão de AKT impactam na resposta à doxorrubicina e ao docetaxel, o que está associado à modulação dos níveis proteicos de FOXK2. Em suma, nossos dados sugerem que AKT pode regular os níveis proteicos de FOXK2, sem alterar a sua localização subcelular, em células de câncer de mama quimiorresistentes. A investigação molecular do eixo AKT-FOXK2 pode prover o racional para novas estratégias, visando melhorar a resposta ao tratamento quimioterápico em tumores exibindo o fenótipo de resistência às drogas.

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Citation

CARNEIRO, Luciana da Torre. Regulação de FOXK2 por AKT: papel na resistência às drogas no câncer de mama. 2021. Dissertação (Mestrado em Oncologia) - Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, 2021.

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