Relação entre a Epidemia de Tabagismo e a Epidemia recente de Covid-19: Um Panorama Atual das Evidências Científicas
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Revista Brasileira de Cancerologia
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A epidemia do tabagismo matou cerca de 100 milhões de pessoas no século XX1 , mata perto de oito milhões de pessoas por ano no mundo, sendo que, no Brasil, ela está associada à dor e ao sofrimento representado pela morte de 156 mil indivíduos por ano2 . Além disso, em um país com tanta carência de recursos para atender a questões emergenciais de saúde, tal como esta causada pela síndrome respiratória aguda grave do coronavírus 2 (severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 – Sars-CoV-2), aproximadamente 57 bilhões de Reais são consumidos anualmente em perda de produtividade e gasto direto com tratamento de fumantes. A avaliação crítica da literatura científica existente sobre o eventual impacto adicional que a epidemia de tabagismo pode ter sobre a epidemia da doença pelo coronavírus 2019 (coronavirus disease 2019 – Covid-19), e vice-versa, é o norte principal deste artigo. Os primeiros estudos publicados sobre a associação entre fumar e se infectar e/ou progredir para complicações respiratórias graves em pacientes com Covid-19 vieram da China, onde a epidemia começou primeiro. Os principais resultados disponibilizados até o início de abril de 2020 foram sistematizados por Szklo3 . No entanto, com o avanço da pandemia, novos estudos trouxeram evidências para se entender melhor a associação entre o tabagismo e a Covid-19