Ingestão Alimentar em Pacientes com Câncer de Endométrio
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Introdução: O câncer de endométrio é o sexto tipo de câncer mais frequente na população
feminina e a décima quarta causa de morte por câncer em mulheres. Excesso de peso e
obesidade tem sido associados com risco aumentado para esse câncer. A exposição a fatores
dietéticos específicos pode exercer impactos importantes sobre as condições de saúde e
nutrição, sendo fundamental conhecer e avaliar o consumo alimentar dos indivíduos, bem como
determinar o seu papel na ocorrência de agravos à saúde. Objetivo: Avaliar a ingestão
energética, de macronutrientes, de micronutrientes e de alimentos ultraprocessados em
pacientes com câncer de endométrio utilizando o Recordatório de 24 horas (R24h).
Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, realizado com pacientes com diagnóstico de
câncer de endométrio, com idade superior a 20 anos, virgens de tratamento e com proposta de
tratamento cirúrgico, matriculadas em um hospital oncológico de referência. Para avaliação do
consumo alimentar foram aplicados, via telefone, três R24h. Os R24h foram realizados em dias
não consecutivos, sendo um R24h referente a dia de final de semana ou feriado e os outros dois
referentes a dias de semana. Resultados: A média de ingestão de energia foi de 1569,67
kcal/dia, variando de 706,22 kcal a 2640,74 kcal/dia. Do total de energia ingerida, 53,5% foram
provenientes de carboidratos, 17,0% de proteínas e 29,5% de lipídios totais. A ingestão de
ácidos graxos saturados e ácidos graxos trans correspondeu a 11,06% e 1,8% do valor
energético total diário, respectivamente. Já a ingestão de açúcar foi equivalente a 20,94% do
total calórico ingerido. O consumo diário de sódio correspondeu a 2836,59 mg/dia. A ingestão
média de energia deatenuada foi estatisticamente maior no grupo de pacientes do primeiro
quintil de renda, bem como o consumo médio diário de açúcar, em relação às pacientes com
renda superior. A ingestão de ácidos graxos trans foi maior nas pacientes com circunferência
da cintura (CC) maior ou igual a 88 centímetros (cm) em comparação às pacientes com CC
menor que 88 cm. A contribuição dos alimentos ultraprocessados na dieta correspondeu a
17,67% das calorias totais ingeridas em um determinado dia, chegando a atingir um máximo de
37,34% do valor energético total diário, e seu consumo foi estatisticamente maior em mulheres
com Diabetes Mellitus, CC maior ou igual a 88 cm e com maior nível de escolaridade.
Conclusão: A alimentação das pacientes foi marcada por um padrão dietético inadequado, com
elevado consumo de gorduras saturadas, gorduras trans, açúcar e sódio. Alimentos
ultraprocessados também estiveram presentes de forma importante na dieta da população, mais
frequentemente em pacientes com sobrepeso, obesidade e diabéticas. Novos estudos com
desenho prospectivo devem ser realizados com o objetivo de melhor conhecer as relações
causais envolvidas entre dieta e câncer de endométrio.
Description
58 p.: il. p&b.
Citation
CEZÁRIO, Lidiane Araújo. Ingestão Alimentar em Pacientes com Câncer de Endométrio. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Residência Multiprofissional em Oncologia/Nutrição) - Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, 2018.