Desvelando a prática da navegação de pacientes oncológicos por enfermeiros no Brasil

Abstract

A navegação de Pacientes oncológicos (NPO) é uma área de atuação da saúde em que o profissional visa identificar e ultrapassar as barreiras para que o itinerário terapêutico do paciente ocorra de forma contínua, fluida e mais eficiente possível. No Brasil, a navegação de pacientes oncológicos por enfermeiros foi sendo construída ao longo de anos com base em guidelines estrangeiros e aos poucos foi sendo aprimorada e sofrendo adaptações necessárias.(23) Recentemente, foi legislada e então sucedeu com a regulamentação que estabeleceu um escopo de atuação para enfermeiros que exercem esta função.(9) Com base no anteriormente exposto, esta pesquisa trata-se de estudo descritivo, de natureza qualitativa, norteada pela pergunta "Como a navegação de pacientes oncológicos tem sido feita por enfermeiros no Brasil?”. Objetivos: identificar os padrões de navegação de pacientes oncológicos no Brasil; descrever o perfil do profissional enfermeiro navegador atuante no Brasil; descrever as atividades executadas pelos enfermeiros no processo de navegação dos pacientes. Discutir estes dados à luz da Resolução 735/24 do Conselho Federal de Enfermagem. Metodologia: Foram abordados 27 enfermeiros navegadores de pacientes oncológicos, de instituições públicas e privadas, através de entrevista semi-estruturada e questionário sócio demográfico. Os dados serão analisados através da Técnica de Análise de Conteúdo proposta por Bardin. Conclusão: Os principais achados foram que apesar da utilização dos 9 princípios da navegação de paciente como base teórica, há um déficit no estabelecimento dos modelos de navegação, com fator de confundimento relacionado à fase de assistência, no entanto, sem apresentar prejuízos nos resultados dos programas. Outros achados como o uso de ferramentas informatizadas esteve presente na atuação do enfermeiro navegador e ainda apesar pesar do escopo de atuação, das competências, dos conhecimentos, das habilidades e das atitudes descritas pelos participantes estarem em grande parte em consonância com a resolução do COFEN, fica explícito a inexistência de um parâmetro para o dimensionamento quantitativo e qualitativo de enfermeiros para o atendimento de pessoas com câncer.