Avaliação de resposta à radioiodoterapia com iodo-131 até 12 meses após o tratamento

Abstract

Pacientes com carcinoma bem diferenciado de tireoide, após realizar a tireoidectomia total, podem ter indicação de radioiodoterapia. Os critérios de indicação e a atividade a ser administrada vêm sendo alvo de controvérsias em diversas publicações atuais. O presente estudo tem o objetivo de analisar a resposta obtida à radioiodoterapia no Instituto Nacional de Câncer do Rio de Janeiro, Brasil, e indicar fatores preditores de boa resposta ao tratamento. O estudo foi observacional, transversal e retrospectivo, que analisou pacientes submetidos à radioioterapia com iodo-131 entre janeiro de 2017 e janeiro de 2018 e que realizaram PCI (pesquisa de corpo inteiro), dosagem de tireoglobulina, antitireoglobulina, TSH e T4 livre, de 6 a 12 meses após o tratamento. Eles foram classificados como apresentando resposta excelente, bioquímica incompleta, estrutural incompleta, indeterminada e progressão de doença. Foram analisados 72 pacientes, que foram divididos de acordo com a atividade recebida em Grupo 1 (1110 e 3700 MBq) e Grupo 2 (5550 MBq ou mais). No Grupo 1, 40% tiveram resposta excelente, e no Grupo 2, somente 9%. As taxas de resposta excelente encontradas são semelhantes às presentes na literatura para o Grupo 1. A tireoglobulina inicial e a final tiveram diferença significativa. A grande maioria dos pacientes apresentou RPDT (rastreamento pós-dose terapêutica) com restos tireoidianos e PCI após 6 meses negativa. A radioiodoterapia se mostrou eficaz em destruir o tecido tireoidiano remanescente e em diminuir os valores de tireoglobulina. O único fator preditor de resposta excelente foi o baixo valor de anticorpo antitireoglobulina inicial. Outros fatores como por exemplo o valor de tireoglobulina e o risco de recorrência não foram correlacionados com melhor resposta ao tratamento.