Parâmetros clínicos e dermatoscópicos no diagnóstico de lesões suspeitas de melanoma cutâneo ≤ 6mm de diâmetro
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INTRODUÇÃO: O melanoma cutâneo (MC) é uma neoplasia maligna potencialmente fatal.
Seu diagnóstico precoce é essencial para seu controle. O diagnóstico clínico clássico pelo
ABCDE inclui: assimetria (A), bordas irregulares (B), cores distintas (C) diâmetro acima de
6mm (D) e evolução (E). A dermatoscopia é uma técnica semiótica que aumenta a acurácia
do seu diagnóstico. Porém não há estudos definindo quais são os critérios para suspeição
em lesões ≤ 6mm de diâmetro. OBJETIVOS: O objetivo principal do estudo foi definir os
parâmetros clínicos e dermatoscópicos no diagnóstico de lesões pigmentadas suspeitas de
melanoma cutâneo ≤ 6mm de diâmetro. Os objetivos secundários incluem a descrição dos
achados clínicos e dermatoscópicos dessas lesões, a validade da suspeita clínica e
dermatoscópica e a identificação de fatores independentes associados ao diagnóstico
histopatológico de MC em lesões pequenas (≤ 6mm). METODOLOGIA: Trata-se de um
estudo transversal de análise dermatoscópica (teste diagnóstico) tendo como padrão ouro o
exame anatomopatológico obtido a partir da biópsia excisional de lesões melanocíticas
suspeitas de MC, que tenham seu maior eixo ≤ 6mm. Os pacientes foram selecionados por
médica dermatologista (investigadora principal) no serviço público ou na sua clínica privada.
RESULTADOS: Foram incluídas no presente estudo 481 lesões melanocíticas de 372
pacientes (mediana de 1 lesão por paciente). A idade variou de 3 a 91 anos (média 52,5
entre os pacientes com MC versus 46,9 entre os pacientes sem MC; p<0,001). Mulheres
representaram 59,4% dos casos e tiveram 72 MCs (58,5%), mas não houve diferença da
frequência (p=0,809) entre os sexos. O tamanho das lesões variou de 1 a 6mm, sendo
73,8% das lesões analisadas ≤ 4mm de diâmetro. Foram identificados 123 MCs (25,6% das
lesões), sendo 27 (22,0%) deles com índice de Breslow variando de 0,1 a 1,0mm de
espessura. Os MCs apresentaram: simetria clínica (A) 53,7%, bordas regulares (B) 54,5%,
cor única (C) 60,2% e diâmetro ≤ 6mm (D) 100,0%. Quanto à evolução (E), 13,8% dos casos
de MC versus 10,9% dos casos benignos (p=0,116), eram lesões novas. A maioria dos
melanomas (65%) foi encontrada nos membros (superiores e inferiores), comparado a
37,2% das lesões benignas nessa localização (p<0,001). Ajustado por Instituição, idade em
anos, sexo e localização em membros, as variáveis independentes associadas ao
diagnóstico de MC ≤ 6mm foram: presença de estrias (Odds Ratio ajustada [ORa] 2,5;
IC95% 1,3-4,7; p=0,006), e presença de área sem estrutura (ORa 2,2; IC95% 1,2-4,0;
p=0,011), enquanto a rede pigmentar atípica simétrica foi uma variável de proteção (ORa
0,4; IC95% 0,7-0,9; p=0,040). CONCLUSÃO: Documentou-se a existência de MCs em
lesões pigmentadas ≤ 6 mm. Foram identificados critérios dermatoscópicos que auxiliam na
suspeição de MC nessas lesões, justificando a importância de se fazer a dermatoscopia em
todas as lesões pigmentadas, inclusive em lesões clinicamente simétricas e regulares,
mesmo sem o consagrado ABCDE clínico para lesões suspeitas.
Description
126 p.: il. color.
Keywords
Citation
CHAGAS, Gabriella Campos do Carmo das. Parâmetros clínicos e dermatoscópicos no diagnóstico de lesões suspeitas de melanoma cutâneo ≤ 6mm de diâmetro. 2018. Tese (Doutorado em Oncologia) - Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, 2018.