Adesão às orientações fisioterapêuticas na prevenção e cuidado do linfedema após tratamento do câncer de mama
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Introdução: O câncer de mama é a neoplasia mais comum entre a população feminina
brasileira, sendo esperados mais de 59 mil novos casos para o biênio 2018/2019. O tratamento
pode envolver a cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e imunoterapia. O
linfedema é a complicação mais frequente e é caracterizado pela insuficiência do sistema
linfático por obstrução ao fluxo da linfa. A intervenção fisioterapêutica precoce é fundamental
para melhorar a qualidade de vida e prevenir tal sequela, porém, as orientações preventivas
podem gerar um sentimento de incapacidade e limitação. Objetivo: Identificar a adesão das
pacientes às orientações fisioterapêuticas na prevenção e no cuidado do linfedema. Materiais
e métodos: Trata-se de um estudo transversal de abordagem quantitativo e qualitativo, no
qual foram incluídas 61 pacientes com diagnóstico de câncer de mama, submetidas a
tratamento cirúrgico com abordagem axilar, em acompanhamento no Hospital do Câncer
III/INCA. Foram coletados os dados do prontuário físico e eletrônico e, aplicado questionário
com perguntas fechadas. Resultados: A maioria das pacientes foi submetida à mastectomia
(86,9%) e realizaram LA (55,7%). Quanto às complicações, 13,1% desenvolveram linfedema,
73,8% não relataram sensação de aumento do volume do membro, no entanto, 54,1%
queixaram-se de sensação de peso. Com relação aos desfechos, 85,2% das pacientes seguem
os cuidados assistenciais, 67,2% se expuseram mais vezes aos fatores de risco, não aderindo
aos cuidados com o membro e 72,1% não seguiram os cuidados relacionados aos exercícios.
Comparando as características clínicas e de tratamento com a adesão aos cuidados, 82,1% das
pacientes com estadiamento clínico avançado seguiram os cuidados assistenciais, assim como
94,1% que realizaram radioterapia. Em relação aos cuidados com o membro, 37% das
mulheres submetidas à mastectomia se expuseram menos aos fatores de risco, aderindo aos
cuidados com o membro, assim como 50% das que realizaram LA. Quanto aos cuidados
relacionados aos exercícios, 38,2% das mulheres submetidas à LA seguiram essas orientações.
Conclusão: As mulheres apresentaram grande dificuldade em aderir à maioria dos cuidados
fisioterapêuticos orientados após o tratamento para o câncer de mama. Por meio das
entrevistas, pudemos perceber que essas mulheres convivem com um grande medo de
desenvolver o linfedema, mas em contrapartida, têm a forte necessidade de retomar suas
tarefas domésticas. Também é marcante nas falas o quanto as orientações fisioterapêuticas
geram angústia, tristeza e sensação de inutilidade a essas mulheres. A fisioterapia deve estar
atenta à maneira como apresenta as orientações preventivas de linfedema de forma a gerar
mais informação e menos angústia. A abordagem fisioterapêutica deve buscar sempre a
adaptação e nunca a proibição, de forma a trazer compreensão e promover a cooperação,
compartilhando com as mulheres a responsabilidade por seu autocuidado.
Description
47 f.: il. p&b.
Citation
MARCHITO, Liz de Oliveira. Adesão às orientações fisioterapêuticas na prevenção e cuidado do linfedema após tratamento do câncer de mama. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Residência Multiprofissional em Fisioterapia) - Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, 2018.