Câncer e a população negra - entendendo as dificuldades ao longo do tratamento oncológico: uma revisão integrativa

Abstract

Introdução: A população negra enfrenta desigualdades históricas, reflexo do legado escravocrata que reflete em índices alarmantes de vulnerabilidade social, menor acesso a serviços de qualidade, renda inferior e maior exposição a condições de vida precárias. Essas desigualdades têm repercussões diretas na saúde, agravando disparidades no diagnóstico, no tratamento e nos resultados de doenças graves, como o câncer. Objetivo: analisar as dificuldades enfrentadas pela população negra ao longo do tratamento oncológico. Método: A pesquisa foi realizada nas bases de dados BVSalud (Lilacs e Bdenf), Medline via PubMed e SciELO, incluindo artigos completos publicados nos últimos cinco anos. Resultados: Os estudos analisados, publicados entre 2020 e 2024, mostram que: 21 (42,86%) indicam menor chance de pacientes negros receberem tratamento conforme diretrizes; 19 (38,7%) relatam atrasos em cirurgias ou contra indicações para cirurgia e maior probabilidade de receberem cirurgias abertas; 3 (6,12%) apontam cuidados de fim de vida inferiores e acesso limitado a cuidados paliativos e 1 (2,04%) menciona o racismo como causa das disparidades no tratamento. Conclusão: As disparidades encontradas evidenciam não apenas a desigualdade no acesso ao cuidado oncológico, mas também a necessidade urgente de implementar as políticas públicas brasileiras já existentes garantindo a equidade no atendimento, promovendo intervenções que eliminem barreiras raciais e assegurem o acesso universal e integral ao tratamento