Fatores prognósticos em mulheres jovens com câncer de mama
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Introdução: O câncer de mama é a neoplasia mais comum entre as mulheres no mundo. Quando
diagnosticado em idade jovem, é comum a presença de tumores mais agressivos, que podem
estar relacionados à apresentação de subtipos moleculares de pior prognóstico, como o subtipo
triplo negativo e com superexpressão de HER2. Objetivos: Identificar a influência da idade e
dos subtipos moleculares no estadiamento clínico do câncer de mama e avaliar a sobrevida de
mulheres jovens com câncer de mama diagnosticadas em um hospital de referência no Rio de
Janeiro, Brasil. Métodos: Foram selecionadas todas as mulheres com câncer de mama,
diagnosticadas e tratadas entre os anos de 2008 e 2009, no Hospital do Câncer III/INCA.
Inicialmente foi realizado um estudo transversal com mulheres com idade igual ou superior a 18
anos (artigo 1). Em um segundo momento, foi realizado um estudo de coorte com mulheres na
faixa etária de 18 a 40 anos (artigo 2). Os dados clínico-tumorais foram coletados dos
prontuários físicos e eletrônico. Foi realizada a análise descritiva da população utilizando
medidas de tendência central e de dispersão, freqüências absolutas e relativas, em ambos os
estudos. Para o estudo transversal a associação entre variáveis independentes e os desfechos foi
realizada por análise univariada, por meio de Odds Ratio (OR), assumindo-se intervalos de 95%
de confiança. Os dados considerados clínica e estatisticamente relevantes nessa análise foram
incluídos na análise de regressão logística. No estudo de sobrevida foi utilizado o método de
Kaplan-Meier. Para análise múltipla, foi utilizado o modelo de regressão de Cox, por meio do
método Stepwise Forward, sendo incluídas todas as variáveis que apresentaram valor de p<0,20
na análise univariada. As análises foram realizadas no programa estatístico SPSS (Statistical
Package for the Social Sciences) versão 21.0. Resultados: No estudo transversal foram incluídas
1869 mulheres com câncer de mama. Mulheres jovens apresentaram maior risco de diagnóstico
em estadio avançado (≥ IIB) nos casos classificados como triplo negativo (OR=5,45 IC95%
1,88-15,84 p=0,002), tendo como referência o subtipo luminal A, após ajuste pelas variáveis de
confusão. Nas demais faixas etárias o risco esteve aumentado em todos os subtipos moleculares
quando comparados ao luminal A (artigo 1). Ao analisar a coorte de mulheres jovens (N=196),
encontrou-se risco de 1,98 vezes maior de morrer (HR=1,98; IC95% 1,17-3,35 p= 0,011) para o
subtipo triplo negativo quando comparado aos outros subtipos moleculares. Em relação à
sobrevida livre de doença, após ajuste, houve perda da significância estatística (HR=1,28,
IC95% 0,67-2,47 p=0,455). Conclusão: O subtipo molecular triplo negativo está associado ao
diagnóstico em estadiamento avançado independentemente da idade da paciente, porém em
mulheres com idade jovem foi considerado um fator independente para pior sobrevida. O melhor
entendimento da biologia tumoral, sobretudo nos tumores triplo negativos, permitirá adoção de
estratégias terapêuticas adequadas a esse grupo de mulheres.
Description
89 f.: il. color.
Citation
ABRAHÃO, Karen de Souza. Fatores prognósticos em mulheres jovens com câncer de mama. 2015. Dissertação (Mestrado em Oncologia) - Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, 2015.