Management of chemotherapy-induced febrile neutropenia and use of granulocyte colony-stimulating factor in patients with soft tissue or bone sarcoma

Abstract

Introdução A neutropenia febril, complicação oncológica relacionada à quimioterapia mielossupressora, pode levar a hospitalização não planejada, morbidade, mortalidade e alterações no plano terapêutico oncológico. O presente estudo teve como objetivo (1) determinar a prevalência de neutropenia febril induzida por quimioterapia com necessidade de hospitalização e uso de fator estimulador de colônias de granulócitos e (2) avaliar suas consequências no tratamento oncológico de pacientes com sarcomas de tecidos moles ou ósseos. Métodos Trata-se de um estudo transversal e retrospectivo (janeiro de 2018 a dezembro de 2019) realizado em um hospital oncológico de referência no sistema público de saúde brasileiro. Pacientes internados com diagnóstico de neutropenia febril induzida por quimioterapia, maiores de 18 anos e tratados com fator estimulador de colônias de granulócitos foram incluídos no estudo. Resultados Foram identificados 29 eventos de neutropenia febril induzidos por quimioterapia, envolvendo 25 pacientes. Entre os eventos de neutropenia febril, 90% foram de grau 4 e 59% ocorreram durante quimioterapia paliativa. Entre os pacientes com neutropenia febril, 31% apresentavam hipertensão arterial e/ou comorbidades de diabetes mellitus, 34% apresentavam sítios cutâneos infecciosos, como úlceras de compressão e feridas tumorais, e 31% apresentavam infecções com agentes etiológicos definidos. O tratamento dos pacientes hospitalizados foi realizado com cefepima em combinação ou isoladamente (97%) e filgrastim. Os desfechos relacionados à neutropenia febril induzida pela quimioterapia foram redução da dose de quimioterapia (31%), atrasos no ciclo de quimioterapia (21%), suspensão do tratamento quimioterápico (17%), mortes (7%) e outras complicações associadas (10%). A profilaxia com fator estimulador de colônias de granulócitos foi prescrita em 72,41% dos eventos de neutropenia febril. A frequência de neutropenia febril em relação ao total dos ciclos de quimioterapia foi de 2,15%. Conclusão Mesmo com a profilaxia com fator estimulador de colônias de granulócitos, foi observada uma prevalência global de 2,15% de neutropenia febril associada à hospitalização, causando resultados negativos no tratamento quimioterápico dos pacientes.