Dilemas éticos dos profissionais de saúde frente aos pacientes fora de possibilidade de cura internados na unidade de terapia intensiva pediátrica

Abstract

Devido aos avanços tecnológicos no campo da saúde dos últimos anos, os profissionais de saúde deixaram de assistir ao paciente como um indivíduo e passaram a direcionar seu cuidado na doença presente em alguma parte do corpo. O uso indiscriminado destas tecnologias provocaram dilemas éticos acerca do cuidado intensivo diante da criança fora de possibilidade de cura, através de questionamentos filosófico-existenciais inerentes à perspectiva da terminalidade precoce e na não aceitação de incurabilidade de doenças envolvendo crianças, dificultando o estabelecimento do limite entre o curável e o tratável, sendo fruto de angústia frente ao processo de morrer, aumentando probabilidade de agir fazendo o mal. Objetivo: Descrever e analisar os principais dilemas éticos vivenciados pela equipe de saúde do centro de terapia intensiva pediátrica – médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos – frente aos pacientes sem possibilidade de cura internados nesta unidade. Metodologia: Pesquisa de abordagem qualitativa com os profissionais de saúde – médicos, enfermeiro, psicólogo e fisioterapeuta – de um CTI pediátrico de alta complexidade. Foi utilizada entrevista semiestruturada com os profissionais, sendo realizada análise do conteúdo proposta por Bardin. Resultados: Emergiram três categorias após análise de conteúdo, a saber: diferenças conceituais sobre pacientes fora de possibilidade de cura; dificuldades relacionadas à comunicação e uso de terapêuticas desproporcionais. Conclusão: A bioética, enquanto ferramenta para auxiliar a tomada de decisão do profissional de saúde frente aos pacientes fora de possibilidade de cura, poderá auxiliar na resolução desses dilemas no agir para promover saúde e bem-estar.