Qualidade de vida após o câncer ginecológico: menopausa e função sexual

Abstract

Muitas mulheres com malignidades ginecológicas serão curadas ou tornar-se-ão sobreviventes de longo prazo. Diferentes tratamentos (cirurgia, radioterapia, quimioterapia) para cânceres ginecológicos podem causar insuficiência ovariana ou aumento dos sintomas da menopausa, além de efeitos negativos a curto e longo prazo sobre a saúde sexual e qualidade de vida (QV). O manejo dos sintomas menopausais e da disfunção sexual é importante nos esforços para otimizar a QV dessas mulheres. O objetivo deste artigo é apresentar uma visão abrangente da saúde sexual das sobreviventes de câncer ginecológico e discutir as opções de tratamento baseadas em evidências. Método: Trata-se de estudo descritivo com abordagem qualitativa para verificação do benefício e da segurança do uso de terapia hormonal nessas pacientes, bem como os problemas de saúde sexual comumente encontrados e as opções para seu manejo. Resultados: Dados disponíveis sugerem que o uso de terapia hormonal em pacientes com cânceres ginecológicos não tem um impacto negativo no resultado oncológico e resulta em melhora dos sintomas vasomotores e geniturinários da menopausa. Evidências quanto à segurança do uso de terapia hormonal em mulheres com neoplasias dependentes de estrogênio são escassas. A disfunção sexual é prevalente entre as sobreviventes de câncer ginecológico como resultado de seu tratamento, impactando negativamente a QV. Muitas pacientes esperam que os profissionais de saúde iniciem uma discussão sobre sexualidade, mas a maioria nunca discutiu questões relacionadas à saúde sexual com seu médico. Conclusões: Profissionais da oncologia podem ter um impacto significativo na QV das sobreviventes de câncer ginecológico abordando os sintomas menopausais e as preocupações de saúde sexual. As candidatas à terapia hormonal em oncologia ginecológica incluem mulheres com menopausa induzida ou sintomas menopausais diagnosticadas com câncer endometrial de baixo grau, em estágio inicial, e cânceres de colo uterino, vulva, vagina e ovário. Estratégias simples podem ser implementadas na prática clínica para tratar as questões sexuais. O encaminhamento para provedores especializados em saúde sexual pode ser necessário nos casosmais complexos.

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2019, 30(1); 46-53

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