Representações sociais sobre cuidados paliativos e alimentação entre pacientes com câncer avançado

Abstract

Introdução: Os cuidados paliativos buscam melhorar a qualidade de vida do paciente e cuidadores, a partir de uma abordagem multiprofissional. Em pacientes com câncer avançado, as alterações alimentares apresentam desafios significativos. O estudo das representações sociais sobre cuidados paliativos e alimentação é essencial para compreender as interações entre o indivíduo e a sociedade. Objetivo: Compreender as representações sociais sobre cuidados paliativos e alimentação entre pacientes com câncer avançado. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo exploratória e descritiva, sendo adotada a Teoria das Representações Sociais (TRS) em que foi utilizada a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP). Os dados foram analisados pelo software EVOC, destacando palavras centrais e periféricas. Resultados: A análise das evocações para cuidados paliativos destacou “controle de sintomas” como termo de maior compartilhamento relacionado as concepções dos participantes (centralidade). Os termos “cuidado” e “tratamento” foram elementos periféricos relevantes, mais presentes na contextualização ancoradas com a prática. “Qualidade de vida” também apareceu destacado como importante termo evocado, ainda que para um grupo menor de pacientes. A análise das evocações para alimentação destacou os termos centrais “alimentação saudável” e “saúde”, que ressaltam a importância dessa experiência alimentar do paciente diante em seu convívio com o adoecimento. “Prazer” e “boa [qualidade percebida]” como elementos periféricos que ancoram a relação que os participantes têm com o alimento. Conclusão: Os limites na compreensão sobre o termo cuidados paliativos revelam desafios na comunicação, quando a transição do cuidado é percebida como momento único, sendo o foco transferido da cura para o manejo de sintomas, conforto e qualidade de vida. Paralelamente, o cuidado alimentar individualizado é fundamental para preservar a identidade sociocultural do paciente.