O panorama histórico-educacional da formação do citotécnico no Brasil

Abstract

O câncer do colo do útero é uma das principais causas de mortalidade da mulher, sendo o segundo tipo de câncer mais comum na população feminina. Contudo, o médico George Papanicolaou descobriu um exame capaz de mostrar lesões pré-cancerosas e, dessa forma sana-las a partir de tratamento adequado. Ao longo dos anos diversos programas e campanhas que tentavam implementar o exame preventivo, afim de diminuir os índices de incidência no país. Nesse contexto, a partir da ação das campanhas, aumenta-se paulatinamente o número de lâminas analisadas, emergindo uma necessidade cada vez mais frequente da figura do citotécnico, profissional que realiza a leitura das lâminas do teste citopatológico. Todavia, o serviço desse atuante era aprendido de forma informal pelos médico patologistas dos laboratórios e hospitais em que atuavam, através de um treinamento em serviço. Devido a falta de uma padronização alguns problemas eram recorrentemente percebidos durante as campanhas para massificação do exame, como a falta de pessoal suficiente para a leitura e exames alterados por causa de má qualidade das leituras. Assim, entra em voga a discussão sobre a formação dessa categoria para padronizar resultados, promovendo melhor prevenção ao câncer cervical. A primeira escola para tal ofício que se tem registro na América latina, foi o Centro de Pesquisas Luiza Gomes de Lemos (CPLGL) da Fundação das Pioneiras Sociais que consistia em conhecimento teórico e prático e duração de 2 anos. Outros locais dedicados à formação de citotécnicos foram criados após a instalação do CPLGL, por exemplo o Instituto Brasileiro de Pesquisas em Oncologia e Obstetrícia ( IBEPOG ) e algumas secretarias de saúde estaduais. Assim, reconhecendo a história dos programa e de formação do ofício no país, será possível compreender problemas atuais e suas origens. Para a realização desse estudo, foi feito revisão da literatura com pesquisa em banco de dados como o SciELO, LILACS, MEDLINE, PUBMED, BIREME e portal CAPES; sendo incluídos artigos em inglês e português, além de livros didáticos e pesquisa em sites que são referências na área oncológica.