Avaliação dos pacientes com hiperparatireoidismo primário submetidos à paratireoidectomia no INCA (RJ, Brasil) no período de janeiro 1998 até maio 2022
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INCA
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Introdução: o hiperparatireoidismo primário (HPTP) é um distúrbio endócrino comum, tipicamente caracterizado por hipercalcemia e níveis elevados ou inapropriadamente normais do hormônio da paratireoide (HPT). O HPTP resulta da secreção autônoma
e excessiva do HPT de uma ou mais glândulas paratireoides. O HPTP é benigno e causado por adenoma, na maioria dos casos. Os elementos essenciais para definir a natureza benigna ou maligna da paratireoide requerem informações clínicas juntamente com as peças cirúrgicas para avaliação patológica, além de elementos
não essenciais como avaliação bioquímica pré-operatória e achados operatórios, auxiliando na definição dessa doença. Objetivo: descrever o perfil clínico epidemiológico dos pacientes com HPTP operados no Instituto Nacional de Câncer
(INCA). Método: estudo epidemiológico observacional descritivo com desenho transversal retrospectivo de pacientes maiores de 18 anos de idade, de ambos os sexos, submetidos à paratireoidectomia no INCA, cujas peças cirúrgicas e laudos
histopatológicos estavam registradas pela Divisão de Patologia (DIPAT), além do registro bioquímico da elevação do HPT no pré-operatório, no período de janeiro de 1998 até maio 2022. Resultados: dos 28 prontuários avaliados, verificou se que
78,6% dos pacientes eram do sexo feminino; relação mulher/homem de 3 a 4:1; a idade média foi de 55 anos; 75,0% tinham adenoma como principal causa de HPTP,
seguido do carcinoma da paratireoide (CP) (14,3%); como fator etiológico da tumorigênese, 14,3% fazem parte da síndrome endócrina hereditária, incluindo neoplasia endócrina múltipla (NEM). 71,2% dos pacientes com HPTP são sintomáticos; 57,3% manifestação esquelética pré-operatória, sendo a dor óssea
(28,8%), o sintoma mais frequente, 17,8% radiograficamente representado pelo tumor marrom; 53,5% manifestação renal pré-operatória, 42,8% radiograficamente representado por litíase renal. O principal fator de risco para carcinoma da paratireoide
(CP) pré-operatório foi a avaliação bioquímica com dosagem sérica pré-operatório do cálcio, PTH e fósforo (p<0,05). Finalizando, a média de seguimento foi de 31,1 meses, com a cura cirúrgica (92,8%) como principal desfecho clínico seguido de doença
estrutural (7,2%). Durante todo o seguimento 17,8% evoluíram com óbito. Conclusão: evidenciou-se uma população de HPTP de maioria benigna, tipicamente por adenoma
com manifestação sintomática, com hipercalcemia acentuada, onde CP foi a segunda causa mais prevalente do HPTP operado no INCA.
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COUTINHO, Daniele Araujo de Azeredo. Avaliação dos pacientes com hiperparatireoidismo primário submetidos à paratireoidectomia no INCA (RJ, Brasil) no período de janeiro 1998 até maio 2022. Trabalho de Conclusão de Curso (Aperfeiçoamento nos Moldes Fellow em Endocrinologia em Oncologia) — Instituto Nacional de Câncer (INCA), Rio de Janeiro, 2023.