Atividade baixa (30 mCi Na131 I) em carcinoma diferenciado de tireoide. Experiência do INCA. Dados preliminares.

Abstract

Objetivo: Avaliar retrospectivamente os desfechos clínicos de amostra de pacientes com carcinoma diferenciado de tireoide (CDT) de risco baixo e intermediário tratados com tiroidectomia total (TT) e submetidos à ablação de remanescente tireoidianos (ART) com baixa atividade de radioiodo (RAI) (30 mCi). Realizar revisão da literatura no assunto. Avaliar também o comportamento da tireoglobulina (Tg) neste grupo de pacientes. Material e métodos: Foram analisados 36 pacientes com CDT tratados com TT seguida de 30mCi de RAI para ART no Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva – INCA de 2012 a 2016. Resultados: Dos 36 pacientes, 53% eram de baixo risco pela classificação da American Thyroid Association (ATA) e 47% de risco intermediário. A média de idade foi de 45,6 anos, a maioria do sexo feminino (92%), sendo carcinoma papilífero de tireoide (CPT) a histologia mais frequente. Ex tensão extra-tireoidiana (EET) mínima foi observada em 44% da coorte; 33% de mul tifocalidade, com tamanho médio tumoral de 1,85 cm. Constatou-se invasão vascular em 14% dos pacientes, presença de metástase linfonodal em 5,5%, anticorpos anti tireoglobulina em 11%, sendo que 44% apresentaram Tireoglobulina (Tg) suprimida indetectável após TT. Oitenta e três porcento dos pacientes apresentaram resposta excelente à terapia inicial nos dois primeiros anos de seguimento, 14% resposta inde terminada e 3% resposta bioquímica incompleta. O comportamento da Tg ao longo do seguimento foi de decréscimo em 75% da coorte, sendo que 100% dos pacientes apresentaram-se sem evidência de doença (SED) no final do seguimento, o qual foi em média de 17,25 meses. Não houve recorrência/persistência da doença, bem como necessidade de terapia adicional. Conclusões: O estudo mostra que, a maioria dos pacientes de risco baixo e intermediário, submetidos a TT e ART com 30 mCi de RAI apresentaram excelente resposta ao tratamento, a qual pôde ser confirmada pelos valores iniciais (Tg suprimida indetectável pós operatória) e pelo comportamento/ten dência da Tg, analisados como preditores de seguimento livre de doença num período mínimo de dois anos de acompanhamento.