Estudo do impacto prognóstico do padrão cromossômico em pacientes pediátricos com síndrome mielodisplásica tratados com transplante de células tronco hematopoéticas alogênico
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A síndrome mielodisplásica (SMD) compreende um conjunto heterogêneo de doenças de
origem clonal de célula-tronco hematopoética caracterizada por uma hematopoese ineficaz,
displasias na medula óssea, citopenias no sangue periférico e risco aumentado de evolução
para leucemia mieloide aguda (LMA). A SMD é uma doença rara na infância. O transplante
de células-tronco hematopoéticas (TCTH) alogênico tem sido indicado como o principal
tratamento para pacientes pediátricos com SMD. A citogenética é uma importante
“ferramenta” para o diagnóstico e prognóstico desse grupo de pacientes. Entretanto, uma
revisão da literatura mostra que, até o momento, são poucos os estudos baseados no padrão
cromossômico em pacientes pediátricos com SMD tratados com o TCTH alogênico. O
objetivo deste trabalho foi analisar o impacto do padrão cromossômico, através da
citogenética convencional e molecular (FISH), em pacientes pediátricos com SMD tratados
com o TCTH alogênico no sentido de verificarmos a frequência de cariótipos anormais, as
principais alterações cromossômicas e o papel da citogenética na indicação e na recidiva da
doença. Foi realizado um estudo citogenético e clínico em 46 pacientes pediátricos com SMD
tratados com TCTH alogênico no CEMO no período de 1991 a 2017. Nossos resultados
mostraram que cariótipos anormais estavam presentes em 72% do total de pacientes no pré-
transplante. As principais alterações encontradas foram: -7, del(11)(q23) e del(17)(p12). A
frequência de cariótipos anormais aumenta conforme a doença evolui. Observamos 62% de
cariótipos anormais no estágio inicial (CR) e, nos avançados, 82% em AREB e 100% em
AREB-t. A presença de cariótipos anormais apresentou uma forte associação com a recidiva
da SMD, sendo as principais alterações cromossômicas observadas: del(7q) e -7, +8, alteração
cromossômica biclonal, del(11)q23), del(12p), del(17p), +mar e cariótipo complexo. Em
relação ao grupo de risco citogenético, o IPSS mostrou ser um sistema mais eficaz para
avaliar a recidiva e a mortalidade relacionada à recidiva em comparação com o IPSS-R, uma
vez que, em nosso estudo, a del(11)(q23) esteve associada à recidiva e óbito e o IPSS-R
considera essa alteração como sendo de muito bom prognóstico. Quando utilizada a
citogenética “corrigida” (considerando a del(11)(q23) e a +8 como alterações de prognóstico
desfavorável), os grupos de risco citogenéticos pelo IPSS e IPSS-R puderam predizer com
mais precisão a recidiva e a mortalidade relacionada à recidiva. Nossos resultados sugerem
que o padrão cromossômico desempenha um papel importante na indicação dos pacientes
pediátricos para o TCTH alogênico, principalmente selecionando os pacientes com alterações
cromossômicas específicas no estágio inicial da doença (CR) para esse tratamento.
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155 f.:
Citation
KÓS, Elaiza Almeida Antônio de. Estudo do impacto prognóstico do padrão cromossômico em pacientes pediátricos com síndrome mielodisplásica tratados com transplante de células tronco hematopoéticas alogênico. 2018. Dissertação (Mestrado em Oncologia) - Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, 2018.