Mieloma Múltiplo: Avanços na radiologia com imagens e dados de 10 anos do Instituto Nacional do Câncer.

Abstract

INTRODUÇÃO: O mieloma múltiplo é a neoplasia mais frequente nos ossos após as metástases, com uma incidência estimada em 20.000 novos casos/ano nos EUA. Recentes biomarcadores de doença, dentre eles o uso da ressonância magnética, aliado ao desenvolvimento de novas drogas, permitiram uma terapêutica mais breve e eficaz, com significativo aumento da sobrevida. MATERIAIS E MÉTODOS: Após aprovação pelo comitê de ética, obtivemos acesso aos exames de imagem e alguns dados laboratoriais de pacientes com diagnóstico de mieloma múltiplo nos últimos 10 anos no INCA (2009-2019). Fizemos, portanto, revisão do tema com ênfase na imagem, incluindo também dados da nossa casuística. RESULTADOS: 200 pacientes com anatomopatológico de plasmocitoma e critérios diagnósticos de mieloma múltiplo foram pesquisados. A maioria (59%-118) se constituía de indivíduos com mais de 49 anos. Desses, 98 realizaram exame de ressonância magnética e os padrões focal (56,1%-55) e misto (30%-29) foram os mais frequentes. Quanto ao número de lesões, cerca de 56,8% (54) continham mais de 5 lesões. Encontramos também valores médios de cálcio de 9,56 mg/dl, creatinina 1,27 mg/dl, hemoglobina 10,59 g/dl, proteinúria de 24h de 688 mg/24h e β-2 microglobulina de 4,74 mg/l. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: Os recentes avanços na imagem apontam que o PET-CT, a RM e a TC são de extrema importância no diagnóstico e acompanhamento no mieloma múltiplo, preferencialmente à radiografia, cabendo cada serviço adotar uma estratégia quanto ao melhor método, a depender da fase da doença. Uma proposta de padronização de análise e confecção dos relatórios radiológicos, bem como a devida técnica de aquisição de imagens por ressonância magnética, foi proposta em 2019 pelo MY-RADS, o que contribui para universalização e uniformidade das informações e dados