Identificação de mutações no gene PTPN11 nas neoplasias mieloides pediátricas
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Introdução: Mutações no gene PTPN11 são identificadas em doenças mieloproliferativos (DMP) e
leucemia mielóide aguda (LMA) e estão associadas com a ativação inapropriada da via RAS/MAPK
em células mieloides. O diagnóstico diferencial entre DMP e LMA na infância é um desafio e, para
isso, considera-se a idade, porcentagem de blastos, citogenética, ausência da fusão gênica BCR-ABL1,
mutações no PTPN11 e a monossomia do cromossomo 7 (-7). Objetivos: O foco deste estudo foi
identificar mutações genéticas na via RAS/MAPK, com ênfase no PTPN11, a fim de distinguir
mutações somáticas e constitutivas. Comparar o perfil mutacional do PTPN11 nas LMAs pediátricas e
outras neoplasias mieloides. Metodologia: Uma série de 412 casos de neoplasias mieloides <19 anos
de idade foi incluído no estudo [LMA (n, 357); leucemia mielomonocítica juvenil (LMMJ) (n, 14);
leucemia mieloide crônica (LMC) (n, 30) e síndrome mielodisplásica (SMD) (n, 11)]. A identificação
de fusões gênicas RUNX1-RUNX1T1, CBFb-MYH11, PML-RARa, BCR-ABL1, rearranjos do KMT2A
(r-KMT2A) e mono 7 foi realizada através de FISH, RT-PCR, e/ou RT-PCR multiplex. As mutações
em FLT3-D835 (éxon 20), duplicações em tandem (ITD) no FLT3 (éxons 11/12), RAS (éxon 1) e KIT
(éxons 8/17) foram analisadas por PCR e sequenciamento. Mutações nos éxons 3 e 13 do gene
PTPN11 foram detectadas pela técnica de HRM e confirmados por sequenciamento direto. Os cálculos
das frequências e análises univariadas foram realizados utilizando os testes χ2
e exato de Fisher. As
estimativas de sobrevida global (SG) foram realizadas pelo método de Kaplan-Meier e pelo teste de
Log-Rank. Resultados: A maioria dos casos de DMP e LMA foram >11 anos de idade (46,8%),
comparado com os casos com idade ≤2 anos (17,5%) e >2-10 anos de idade (35,7%). O subtipo
morfológico mielomonocítico (LMA-M4) foi predominante (23,3%). Entre os casos de LMA,
RUNX1-RUNX1T1 foi majoritariamente encontrada entre os pacientes com idade entre 2-10 anos
(51,2%; mediana da idade= 8,6; p=0,027). O r-KMT2A foi predominante em crianças com a idade ≤2
anos (59,0%; mediana da idade= 1,4; p<0,0001). Com relação às mutações em genes da via
RAS/MAPK, alterações no gene FLT3 foram mais frequentes nas crianças ≥11 anos de idade (64,1%;
mediana= 11,4; p=<0,0001). Mutações no éxon 3 do gene PTPN11 foram identificadas nos códons
D61, A72, E76 e H85 em 8,0% (28/339) dos casos de neoplasias mieloides. A monossomia do 7 foi
detectada em três casos (11,5%), que também apresentaram alterações no PTPN11. Mutações no
PTPN11 conferiram uma menor SG em 5 anos em pacientes com LMA (mediana 3,3; IC95% 0,2-6,4;
p<0,001). Conclusão: Mutações no gene PTPN11 são amplamente identificadas em diferentes
malignidades hematopoiéticas e podem auxiliar no conhecimento do perfil genético e biológico das
neoplasias mieloides no Brasil.
Description
119 f.: il. color.
Citation
BUENO, Filipe Vicente dos Santos. Identificação de mutações no gene PTPN11 nas neoplasias mieloides pediátricas. 2018. Dissertação (Mestrado em Oncologia) - Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, 2018.