O método R.O.S.E. (Rapid On-Site Evaluation) nas punções aspirativas por agulha fina na investigação de nódulos pulmonares: revisão da literatura e experiência de sua aplicação no Instituto Nacional do Câncer

Abstract

O câncer pulmonar é o mais comum de todos os tumores malignos, com aumento de 2% ao ano na sua incidência mundial. No Brasil, foi responsável por 22.424 mortes em 2011. A Citopatologia é importante na investigação de uma massa pulmonar. Entretanto, o material colhido pode estar insatisfatório ou escasso para estudos adicionais após processamento. Assim, o método ROSE foi concebido para evitar atrasos no processo diagnóstico, maximizando o aproveitamento. O objetivo deste trabalho, então, é revisar a literatura que aborda este método aplicado ao diagnóstico dos nódulos pulmonares comparando com dados registrados das punções assistidas por Citopatologistas (CP) no setor de Radiologia-Intervencionista (RI) em conjunto com a Divisão de Patologia do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no período de 2002 a 2017. O CP auxilia o RI e o Médico Assistente sobre a adequabilidade do material, na classificação deste como benigno ou maligno e também, por vezes, fornece um diagnóstico preliminar que ajuda a orientar o melhor tratamento. No mundo este método é fartamente documentado apresentando excelentes resultados. No INCA, a rotina para aplicação do método ROSE foi introduzida no ano de 2002. A integração entre RI e CP é ponto fundamental para que o método tenha sucesso. Desde o início até o primeiro semestre do ano de 2017, o INCA realizou 6122 punções aspirativas por agulha fina. A média de idade dos pacientes foi de 60 anos, sendo 55% do sexo masculino. Destes casos, 70,8% foram punções de nódulos pulmonares. Avaliar esse dado in loco impede que a morbidade se eleve e o paciente sofre menos. Além disso, otimiza o gasto de recursos financeiros, facilitando e ampliando a capacidade de atendimento, amparando melhor a população.