Análise comparativa do comportamento diafragmático durante o desmame de ventilação entre duas estratégias de teste de respiração espontânea em oncologia: modo PSV e peça-T

Abstract

Até 65% dos pacientes oncológicos admitidos em unidades de terapia intensiva necessita de algum tipo de suporte ventilatório e uma vez estabelecida a intubação, a identificação do momento adequado para o desmame ventilatório deve ser prioritária. Para que este processo ocorra de forma mais breve possível, sendo minimizado o risco de falha, é recomendada a realização do Teste de Respiração Espontânea (TRE). Este teste, preditivo para desmame ventilatório e extubação, pode ser realizado em modo PSV ou através da Peça-T. A ultrassonografia diafragmática (US) seria uma forma complementar de predizer a chance de sucesso desse desmame, portanto o objetivo desse estudo foi avaliar e comparar a função diafragmática durante a realização dessas duas formas de TRE. Para isso, os pacientes oncológicos intubados e em desmame da ventilação mecânica, foram submetidos à avaliação da função diafragmática através do US, durante a realização do TRE em modo PSV de 7cmH2O e PEEP de 5cmH2O e através da Peça-T. Foram avaliados sete pacientes. Em Peça-T, a média de fração de espessamento foi de 20,03% e 1,47cm de mobilidade. Em PSV foi de 19,78% para fração de espessamento e 1,11cm de excursão. Não houve diferença estatística significativa entre eles. A média dos valores de fração de espessamento e de mobilidade após a extubação foi de 17,56% e 1,17cm respectivamente. A função diafragmática quando avaliada durante os Testes de Respiração Espontânea em PSV e PeçaT não apresentou diferença estatística significativa entre a fração de espessamento e a mobilidade, o que condiz com os estudos existentes que comparam os tipos de teste. Mais estudos, com um número amostral maior são necessários. Não foi possível identificar aumento ou redução do esforço diafragmático quando comparados os dois testes.