Tratamento endoscópico de fístulas e deiscências pós-cirúrgicas do trato gastrointestinal em pacientes oncológico
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Introdução: Deiscências de anastomose (DA) e fístulas são tipos de defeitos murais
de espessura total, frequentemente associados a complicações pós-cirúrgicas do trato
gastrointestinal (TGI), com alta morbimortalidade. A endoscopia, com o
desenvolvimento de novas técnicas e dispositivos, vem despontando como
abordagem de primeira linha. Objetivos: Apresentar a casuística de um serviço de
endoscopia em um centro de referência em oncologia no manejo endoscópico destas
complicações comparando as técnicas utilizadas com a literatura atual sobre o tema,
bem como analisar a segurança e limitações do método. Metodologia: Realizada
coleta retrospectiva de dados de pacientes com DAs e fístulas pós-cirúrgicas tratadas
endoscopicamente no período compreendido entre janeiro de 2016 a fevereiro de
2019, e entre março de 2022 a janeiro de 2023. Resultados: Foram encaminhados
19 pacientes para tratamento endoscópico. Um paciente foi excluído por apresentar
necrose adjacente ao defeito mural, sendo direcionado para o tratamento cirúrgico.
Foram tratados 18 pacientes, sendo 15 por complicações relacionadas ao trato
gastrointestinal (TGI) superior e 3 ao TGI inferior. Entre aqueles do primeiro grupo, 12
foram tratados com a utilização de endoprótese, e 3 com a terapia endoscópica à
vácuo (TEV), estes últimos com sucesso no fechamento de 100%. Entre os pacientes
do segundo grupo, todos foram tratados com TEV. Nenhum evento adverso grave
decorrente do tratamento endoscópico ocorreu nestes pacientes. A idade média dos
pacientes foi de 57,5 (50-71) anos. Em 4 pacientes (22%), mais de uma modalidade
terapêutica endoscópica foi realizada. No momento da intervenção cirúrgica, 12
pacientes (66%) apresentavam doença oncológica avançada, 4 (22%) neoplasia
precoce, e a resposta à neoadjuvância foi observada em 2 pacientes (11%).
Conclusão: Os pacientes submetidos ao tratamento endoscópico dos defeitos pós cirúrgicos do TGI apresentaram resultados iniciais satisfatórios, com nenhum evento
adverso grave. Fatores inerentes ao paciente, incluindo a doença oncológica de base
e a condição clínica no momento da abordagem terapêutica, prejudicam a
interpretação dos dados a longo prazo. O manejo endoscópico por ser uma opção
segura e menos invasiva tem sido frequentemente utilizada como a primeira opção no
tratamento destas complicações. Devido ao desenvolvimento de novas técnicas e
dispositivos, melhores resultados já podem ser vistos com esta abordagem.
Palavras-chave: deiscências; fístulas; cirurgia; endoscópica; gastrointestina
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LEITÃO NETO, Hilton Gueiros. Tratamento endoscópico de fístulas e deiscências pós-cirúrgicas do trato gastrointestinal em pacientes oncológicos. Trabalho de Conclusão de Curso. (Curso de Aperfeiçoamento nos moldes Fellow em Endoscopia Digestiva) - Instituto Nacional de Câncer (INCA), Rio de Janeiro, 2023