Análises da sobrevida de Adolescentes e Adultos jovens com Leucemia Linfoblástica Aguda tratados em um único centro no Brasil
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Nos últimos anos, foram obtidos avanços significativos no tratamento da Leucemia Linfoblástica
Aguda (LLA) pediátrica. Entretanto, o mesmo não pode ser dito em relação ao tratamento dos
adultos. Diferenças de perfil biológico entre os grupos etários, principalmente relacionadas ao
aumento de mutações de alto risco com o aumento da idade, são uma das principais causas deste
insucesso. Os resultados de sobrevida mais curta entre adolescentes, quando comparados às
crianças, observados em diversos estudos, impulsionaram a adoção de protocolos pediátricos
nesta população, com resultados surpreendentes. Isto levou ao desenvolvimento de estudos
posteriores para avaliação da utilização dos protocolos pediátricos ou baseados em protocolos
pediátricos em faixas etárias mais elevadas, sendo atualmente essa a recomendação dos principais
consensos, para pacientes entre 15-39 anos, definida como adolescentes e adultos jovens (AYA).
Devido à mudança de paradigma na condução da LLA de adultos e a escassez de informações
sobre características e terapias utilizadas em pacientes com essa patologia no Brasil, nos
propusemos a caracterizar o perfil citogenético-molecular e clínico, da população LLA
matriculada em um centro de referência para doenças hematológicas do Rio de Janeiro, no período
de janeiro de 2012 a dezembro de 2020. Foram incluídos no estudo 104 pacientes. Em
conformidade com o perfil etário esperado para a população, 57,7% dos pacientes se encontravam
no grupo AYA, não tendo sido observadas diferenças significativas de perfil citogenético e
molecular em nossa população, em relação ao que mostra a literatura, para este grupo etário. O
principal protocolo utilizado foi o BFM e a sobrevida global (SG) que encontramos na população
estudada foi de 9,4 meses. Apesar dos resultados de sobrevida nos AYA terem sido superiores
aos dos pacientes acima de 39 anos (13,3 x 6,2 meses, respectivamente), observamos que
continuaram sendo muito inferiores quando comparados aos reportados por grupos colaborativos
de países com IDH mais elevado. A principal causa de óbito foi sepse, e as taxas de mortalidade
precoce também foram superiores às observadas na literatura. Uma vez que não observamos
diferenças no perfil citogenético-molecular no presente estudo que justifiquem os desfechos,
nossa hipótese foi de que as mesmas estejam relacionadas às limitações do suporte clínico
presentes na maioria das instituições de assistência pública brasileiras, bem como ao perfil de
pacientes atendidos, composto predominantemente por pessoas de baixa renda e escolaridade. A
avaliação de adaptações aos protocolos internacionais para populações de países com IDH médio
ou baixo, bem como um maior investimento em suporte clínico, sobretudo visando à prevenção e
ao manejo precoce e adequado da sepse se faz necessário para a obtenção de melhores resultados
futuros.
Description
72 p.: il. color.
Keywords
Leucemia-Linfoma Linfoblástico de Células Precursoras B/diagnóstico, Precursor B-Cell Lymphoblastic Leukemia-Lymphoma/diagnosis, Leucemia-Linfoma Linfoblástico de Células Precursoras B/epidemiologia, Precursor B-Cell Lymphoblastic Leukemia-Lymphoma/epidemiology, Leucemia-Linfoma Linfoblástico de Células Precursoras B/epidemiología, Análise de Sobrevida, Survival Analysis, Análisis de Supervivencia, Adulto Jovem, Young Adult, Adulto Joven, Adolescente, Adolescent
Citation
AGUIAR, Thais Ferraz. Análises da sobrevida de Adolescentes e Adultos jovens com Leucemia Linfoblástica Aguda tratados em um único centro no Brasil. 2022. Dissertação (Mestrado em Oncologia) - Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, 2022.