Lesões Cutâneas Pré-Malignas em Residentes de um Município Rural do Rio Grande do Sul, Brasil
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Revista Brasileira de Cancerologia 2014; 60(3): 223-230
Abstract
O câncer de pele é um problema de saúde pública relevante; mas; apesar disso, há poucos estudos
disponibilizados no Brasil que discorrem sobre as lesões pré-malignas da pele. Objetivos: Descrever as características
de uma população rural, que exerce suas atividades laborais ao ar livre, e analisar a associação quanto à presença de
lesões cutâneas pré-malignas. Método: Inquérito populacional realizado em um município rural do Sul do país, entre
2010-2011. Participaram desse estudo 242 indivíduos com idade ≥40 anos, de ambos os sexos, que relataram trabalhar
ao ar livre. Entrevistas foram realizadas e médicos dermatologistas da Rede de Referência Hospitalar Regional avaliaram
presença de lesões na pele. Foram definidas como desfecho todas as lesões cutâneas pré-malignas encontradas nessa
população. Resultados: A prevalência de lesões cutâneas na população de estudo foi de 29,3% (71 casos). Na análise
de associação ajustada, observou-se que a chance dos indivíduos com idade ≥60 anos terem lesões cutâneas foi quatro
vezes maior em relação aos que tinham menor idade (OR=4,05; IC95% 1,89-8,70). Uma maior chance de desenvolver
lesões cutâneas também foi observada entre os participantes classificados como fototipo de pele I-II em relação aos de
outros tipos de pele (OR=2,99; IC95% 1,58- 5,66), e os que trabalhavam na agricultura e/ou pecuária em relação às
outras atividades (OR=2,04; IC95% 1,01-4,14). Conclusão: Indivíduos com fototipo de pele I-II e trabalhadores que
exercem suas funções ao ar livre fazem parte de grupos específicos com maior risco para câncer de pele. Estratégias de
prevenção e detecção precoce das lesões cutâneas devem ser prioritariamente implementadas nesses grupos.