Acesso e Adesão ao Tratamento Oncológico Infantojuvenil: para além do Aspecto Médico-Biológico
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Revista Brasileira de Cancerologia
Abstract
O câncer na faixa etária pediátrica é considerado uma
doença rara. Apenas 3% do total de casos de neoplasias
malignas acometem crianças e adolescentes, de 0 a 19 anos
de idade1
. Contudo, destaca-se como a mais importante
causa de óbito nessa população. Por não ter evidências
confirmadas de que os fatores ambientais possam explicar
o aparecimento do câncer infantojuvenil, não existem
estratégias de prevenção primárias. Sendo assim, a
maneira mais eficaz de controlar a doença em crianças e
adolescentes é o diagnóstico precoce associado à garantia
de um tratamento adequado.
O diagnóstico tardio do câncer infantojuvenil, as
dificuldades para o acesso aos centros de tratamento e
o abandono do tratamento podem acarretar inúmeras
consequências desfavoráveis para as pessoas que vivenciam
a doença.Entre essas consequências, estão as altas taxas de
doença avançada, progressão da doença, necessidade de
tratamentos mais intensos, maiores níveis de toxicidade,
levando a piores prognósticos e resultados. Assim, a
eficiência da rede pública de saúde é fundamental para
identificação de sinais e sintomas importantes para o
diagnóstico precoce e para o tratamento efetivo da doença2-4.
Diante dessa problemática, que não se restringe ao
público infantojuvenil, estratégias têm sido adotadas
no intuito de aumentar as chances de cura de pacientes
com câncer. Para o início do tratamento, a Lei 12.732 de
22/11/2012, em seu artigo 2º, prevê o prazo de até 60 dias
contados a partir da data do resultado do laudo patológico
ou em prazo menor5
. Nesse cenário, é importante
destacar que, de um modo geral, os cânceres pediátricos
são frequentemente mais agressivos e rapidamente
progressivos do que a maioria dos cânceres de adultos,
o que torna premente o início imediato do tratamento.
O presente artigo busca identificar a influência das
condições socioeconômicas, culturais e emocionais no
acesso e na continuidade do tratamento oncológico
infantojuvenil. Isto é, sinaliza-se o quanto os baixos
níveis socioeconômicos associados aos aspectos subjetivos
podem impactar no prognóstico de crianças e adolescentes
com câncer, interferindo nas taxas de sobrevida, e,
consequentemente, podendo contribuir no aumento
significativo da mortalidade.
Description
p. 401-403.
Citation
HORA, Senir Santos da et al. Acesso e Adesão ao Tratamento Oncológico Infantojuvenil: para além do Aspecto Médico-Biológico. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 64, n. 3, p. 401-403, 2018.