Aspectos sociais e raciais na sobrevivência ao câncer do colo do útero

Abstract

O câncer de colo uterino é uma das principais causas de morte entre mulheres no Brasil e no mundo, especialmente em faixas etárias mais jovens. Diversas organizações têm se empenhado na erradicação deste tipo de câncer, por meio de campanhas de prevenção, diagnóstico precoce e acesso a tratamentos eficazes, inclusive a Organização Mundial de Saúde. No entanto, disparidades socioeconômicas e raciais continuam a impactar a sobrevida das pacientes. Este estudo analisa os fatores que influenciam a sobrevida de mulheres com câncer de colo uterino atendidas no Instituto Nacional de Câncer, com ênfase na cor/etnia, escolaridade, estado civil e tabagismo. A pesquisa utilizou dados de uma coorte hospitalar de 11.723 pacientes, obtidos do Registro Hospitalar de Câncer, no período de 2000 a 2020. Com relação à sobrevida global os resultados indicaram que pacientes com maior escolaridade e em união estável apresentaram melhor prognóstico. Embora a cor/etnia não tenha mostrado uma associação direta com a sobrevida, as diferenças observadas entre os grupos destacam a importância de se considerar fatores socioeconômicos e raciais nas estratégias de cuidado. A análise de regressão logística identificou que a cor de pele não branca apresentou associação estatisticamente significativa (p < 0,05) com fatores relacionados ao aumento do risco de óbito. Este estudo sugere a importância de uma abordagem mais abrangente nas políticas públicas de saúde, que leve em conta essas variáveis no desenvolvimento de estratégias para melhorar o acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento.

Description

27 f.: il. color.

Citation

ROCHA, Fernanda Araujo. Aspectos sociais e raciais na sobrevivência ao câncer do colo do útero. Trabalho de Conclusão de Curso (Residência Médica em Oncologia) — Instituto Nacional de Câncer (INCA), Rio de Janeiro, 2025.

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