Perfil clínico-epidemiológico e variáveis associadas ao prognóstico dos pacientes com adenocarcinoma de pâncreas

Abstract

O câncer de pâncreas (CP), é um tumor altamente letal, apresentando razão Mortalidade/Incidência de 0,98 e a 4a posição nas estimativas de mortalidade geral para 2016 nos Estados Unidos. Consistindo em 3,1% dos cânceres no mundo, o tipo histopatológico predominante é o adenocarcinoma (ACP), muito diagnosticado na fase avançada da doença e tratado sem intuito curativo. Fatores biológicos, clínicos, patológicos, dentre outros, impactam negativamente o prognóstico do ACP e determinam uma taxa de sobrevida global em 5 anos de 8,2%. Alguns pacientes, contudo, apresentam maior sobrevida devido a fatores ainda desconhecidos. O objetivo principal deste estudo é avaliar as características sociodemográficas e clínico-patológicas dos pacientes com CP (Brasil) e ACP (INCA), investigando em parte desse, a associação entre suas características, o perfil tumoral imunoistoquímico e possíveis fatores prognósticos. O estudo foi dividido em 3 etapas. Na Etapa 1 (Coorte Brasil), foi realizado estudo observacional de base secundária, analisando as frequências descritivas de 13.151 pacientes registrados no Registro Hospitalar de Câncer e na Fundação Oncocentro de São Paulo, no período de 2000 a 2013. Na Etapa 2 (Coorte INCA), foram descritos dados coletados dos prontuários de 153 pacientes, no período de 2000 a 2014. Na Etapa 3 (Subcoorte INCA), foi investigada a imunoexpressão de SMAD4 e de p16 nas amostras tumorais cirúrgicas de ACP (n=36). Considerando casos com informação, houve predomínio do sexo masculino (51,9%) no Brasil e feminino (53,6%) no INCA, idade < 65 anos (57,3% e 53,6%), cor da pele branca (62,4% e 71,1%), escolaridade de 1 a 8 anos (71,3% e 54,6%), ter companheiro(a) (62,9% e 52,6%), ausência do etilismo (65,6% e 57,5%) e tabagismo (52,0%) no Brasil e presença desse no INCA (51,4%). À matrícula, preponderaram o Sudeste como região de residência (61,2%) e da unidade hospitalar de atendimento (64,1%), a ausência do diagnóstico histopatológico (65,8% e 87,6%) e o acometimento cefálico como topografia anatômica (78,0% e 60,7%). Prevalecendo tipo histopatológico ACP (84,1% e 98,1%), EC IV (63,3%) e II (36,2%) e, os motivos para não tratar, óbito (63,4%) e sem Performance Status (56,8%), o principal tratamento oncológico foi a QT (36,9% e 53,2%). Óbito (43,8%) e progressão de doença (60,0%) foram os principais desfechos ao final do 1o tratamento respectivamente no Brasil e no INCA. Ter diagnóstico histopatológico à matrícula (OR=2,20 [95%IC:1,88-2,58], p<0,001) no Brasil e, companheiro(a) (OR=2,53 [95%IC:1,17-5,47], p<0,05) no INCA foram fatores prognósticos independentes para doença avançada. Ter doença avançada (OR=4,45 [95%IC:3,64–5,45], p<0,001) no Brasil e, tratamento cirúrgico isolado ou combinado (OR=41,21 [95%IC:9,56–170,52], p<0,001) no INCA foram fatores prognósticos independentes para resposta inadequada. Na coorte INCA, a taxa de sobrevida de 5 anos foi 1,2% para a qual a terapia oncológica exceto a cirurgia exclusiva (HR=3,52 [95%IC: 1,41- 8,76], p<0,01) foi o principal fator associado ao óbito. A ausência de imunoexpressão para SMAD4 (30,6%) e p16 (77,8%) nas amostras tumorais não foi estatisticamente significante. Na análise da sobrevida global, a expressão proteica diferencial para ambos marcadores não se associou a nenhuma das caraterísticas sociodemográficas ou clínico-patológicas.

Description

287 p.: il. color.

Citation

SILVA, Simone Guaraldi da. Perfil clínico-epidemiológico e variáveis associadas ao prognóstico dos pacientes com adenocarcinoma de pâncreas. 2018. Tese (Doutorado em Oncologia) - Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, 2018.

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