Exercícios de ombro com amplitude de movimento livre versus restrita no pós operatório imediato de pacientes com câncer de mama: ensaio clínico randomizado
Loading...
Date
Authors
Journal Title
Journal ISSN
Volume Title
Publisher
Abstract
Introdução: O tratamento do câncer de mama tem acompanhado os avanços tecnológicos, com
cirurgias mais conservadoras, no entanto complicações pós-operatórias continuam sendo
observadas. As complicações mais comuns são seroma, infecção e necrose que podem também
estar associadas a disfunção do ombro, o que dificulta o retorno das mulheres à suas atividades
diárias. Apesar da importância da realização do exercício no pós-operatório ser conhecida, não
há consenso em relação ao início e tipo de exercício a ser realizado. Objetivos: Comparar a
incidência de complicações da ferida operatória de mulheres submetidas a mobilização ativa
do ombro com amplitude livre ou restrita no pós-operatório imediato do câncer de mama.
Métodos: Ensaio clínico randomizado que incluiu mulheres com idade entre 18 a 79 anos,
submetidas à cirurgia com intenção curativa e abordagem axilar para o tratamento do câncer de
mama no Hospital do Câncer III (HCIII-INCA). As pacientes foram randomicamente alocadas
em dois grupos: amplitude de movimento livre (AML) – Mobilização ativa de membros
superiores com amplitude acima de 90o para flexão e abdução de ombro; amplitude de
movimento restrita (AMR) - Mobilização ativa de membros superiores com amplitude máxima
de 90o para flexão e abdução de ombro, até a retirada dos pontos cirúrgicos. Foram coletados
dados sóciodemográficos e clínicos por meio de entrevista, questionários e prontuários físicos
e eletrônicos. Os desfechos foram as complicações da ferida operatória: deiscência, seroma,
infecção, necrose, hematoma e equimose, identificados pela equipe de enfermagem durante o
período de intervenção, terminando no 30o dia de pós-operatório. Resultados: Foram incluídas
465 pacientes, sendo randomizadas 254 no grupo AML e 211 no grupo AMR. A média da idade
foi 54,5 (±11,5) anos, 53,3% apresentava estadiamento clínico <IIB, 56,8% foi submetida à
mastectomia e 53,5% à biópsia de linfonodo sentinela. As complicações mais incidentes foram
necrose (39,3%) e seroma (30,8%), e 63,8% das pacientes apresentaram pelo menos uma
complicação na ferida operatória. Não foi observada diferença estatisticamente significante na
incidência de complicações entre os dois grupos de exercício. Conclusão: Os exercícios ativos
livres não aumentam a chance de complicações da ferida operatória em pacientes submetidas à
cirurgia para tratamento do câncer de mama quando comparados aos exercícios restritos.
Description
89 p.
Citation
TEODÓZIO, Clarice Gomes Chagas. Exercícios de ombro com amplitude de movimento livre versus restrita no pós operatório imediato de pacientes com câncer de mama: ensaio clínico randomizado. 2020. Dissertação (Mestrado em Oncologia) - Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, 2020.