Mutação do gene EGFR e expressão de PD-L1 em tumores de pacientes com câncer do colo do útero
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Introdução: O câncer do colo do útero (CC) é a quarta malignidade mais diagnosticada
na população feminina mundialmente. A terapia-alvo tem revolucionado o tratamento
do câncer tendo como objetivo atingir focalmente as células malignas com menor
efeito colateral para o paciente e com resultados promissores. A terapia-alvo para o
CC é limitada ao bevacizumabe. Duas proteínas - EGFR e PD-L1 - são possíveis
alvos; medicações específicas para elas estão disponíveis no mercado e trazendo
benefícios em outros cânceres. Os receptores EGF são expressos pelo CC e, quando
ativados, favorecem o crescimento celular maligno, mas terapias anti-EGFR
apresentaram resultados controversos. Sugere-se que a sua mutação, como em
outras neoplasias, seja necessária para a resposta terapêutica, porém dados do
estado mutacional de EGFR diferem na literatura. Além disso, o eixo regulatório PD-
1/PD-L1 emergiu como um novo alvo promissor para a terapêutica contra o câncer,
mas não há informações consistentes no CC. Em razão da alta mortalidade do CC
avançado, a identificação de uma população específica que se beneficiaria da terapia-
alvo é de extrema importância. Objetivos: Investigar as mutações de EGFR e o padrão
de expressão e heterogeneidade de PD-L1 no CC e avaliar o seu significado
prognóstico nesses pacientes. Material e Métodos: Avaliou-se uma coorte dos casos
de CC, do ano de 2011, do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva,
para mutação de EGFR e expressão de PD-L1. Amostras de DNA foram isoladas a
partir de fragmentos fixados em formalina e em parafina. Utilizou-se a análise de
sequência direta dos produtos da reação em cadeia da polimerase do gene EGFR
para avaliar mutações ativadoras. Avaliou-se a expressão de PD-L1 por meio de
imuno-histoquímica em arranjo em matriz de amostras teciduais dos mesmos casos
de CC. Foram coletados dados epidemiológicos. Resultados: Foram incluídos 184
pacientes com CC nos estágios IA a IV, com idade entre 18-80 anos. Investigaram-se
os éxons 18, 19, 20 e 21 de EGFR e a mutação foi encontrada em um (0,78%) de 128
casos de CCE. Nenhum CCA apresentou EGFR mutado. A mutação ocorreu no éxon
18 por uma substituição do glutamato por glutamina na posição 711 (E711Q ou
c.2131G>C). Quanto à expressão de PD-L1, houve positividade em 60,2% dos CCE
e 37,5% dos CCA. Encontrou-se elevava divergência de expressão de PD-L1 entre
amostras do mesmo paciente, 20,0% no CCE e 50,0% no CCA. A expressão de PD-
L1 não está associada com a sobrevida no CC. Conclusão: Resultados apresentados
indicam que as mutações EGFR são incomuns no CC e é improvável que sejam úteis
na indicação do tratamento. A expressão de PD-L1 pode ser considerada um potencial
biomarcador para CC, contudo a sua heterogeneidade é expressiva e deve ser
minuciosamente avaliada em cada paciente.
Description
144 p.: il. color.
Citation
TORRES, Michelle Marques Lessa. Mutação do gene EGFR e expressão de PD-L1 em tumores de pacientes com câncer do colo do útero. 2018. Tese (Doutorado em Oncologia) - Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, 2018.