Terapia Assistida por Animais no Ambiente Hospitalar - Um estudo da produção científica

Abstract

INTRODUÇÃO: No cenário internacional, o câncer infanto-juvenil é considerado a segunda causa de morte, assumindo a primeira posição as causas externas e acidentes, realidade esta também a nível nacional. O câncer infanto-juvenil é considerado uma doença rara, uma vez que corresponde entre 1% a 3% de todos os tumores malignos na maioria das populações, entretanto, o diagnóstico mostra-se bastante impactante quando se refere a esse grupo populacional. Esta situação pode estar relacionada a diferentes fatores tais como: enfrentamento do contexto da hospitalização e da própria doença, envolvimento do familiar/cuidador e mudanças consideráveis na vida cotidiana. Tendo em vista esta multidimensionalidade de fatores, novos modelos assistenciais vêm sendo empregados com vistas a amenizar o sofrimento causado por esta experiência. Dentre eles destacam-se a Terapia Assistida por Animais (TAA) e Atividade Assistida por Animais (AAA). Diante disso, o objeto deste estudo focaliza a produção científica da TAA em oncologia pediátrica no cenário hospitalar, tendo como objetivo analisar a produção científica acerca da TAA em ambiente hospitalar na oncologia pediátrica. MÉTODO: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, delineado como uma revisão integrativa de literatura. Sendo assim, foi elaborada a seguinte questão norteadora: Qual é a tendência da produção científica sobre a TAA em ambiente hospitalar na oncologia pediátrica? Para a busca bibliográfica foram consultadas as bases de dados LILACS, PUBMED/MEDLINE, PsycINFO, BDENF e EMBASE. RESULTADOS E DISCUSSÕES: A amostra final foi composta por 8 artigos, sendo 5 publicados em inglês e 3 em português. Somado a isso,75% dos estudos foram representados por enfermeiros, com 87% pesquisas publicadas em revistas científicas de enfermagem. No que se refere aos enfoques temáticos, foram evidenciados os seguintes: descrição de um protocolo de implementação da TAA no cenário hospitalar, benefícios e riscos da TAA, percepção dos pacientes (crianças), familiares/cuidadores (pais) e profissionais de saúde (enfermeiros). CONCLUSÃO: Ainda que a produção científica não tenha demonstrado um quantitativo numeroso e atual de pesquisas que evidenciassem a eficácia e os mínimos riscos da TAA para população pediátrica oncológica, estes estudos corroboram que tal terapia quando aplicada de forma coordenada e planejada, seguindo recomendações de protocolos rigorosos pode ocorrer de forma segura. Os benefícios da TAA perpassam os fatores psicossociais e fisiológicos proporcionados no cuidado à criança. Esta modalidade terapêutica estimula também os pais a enfrentarem a hospitalização e o processo de adoecimento oncológico dos seus filhos de forma menos angustiante e sofrida.

INTRODUCTION: In the international scenario, childhood and juvenile cancer is considered the second cause of death, assuming the first position external causes and accidents, a reality also at the national level. Childhood and juvenile cancer is considered a rare disease, since it accounts for between 1% and 3% of all malignant tumors in most populations, however, the diagnosis is quite striking when referring to this population group. This situation may be related to different factors such as: coping with the context of hospitalization and illness itself, family/caregiver involvement, and considerable changes in daily life. In view of this multidimensionality, new assistance models have been used to alleviate the suffering caused by this experience. Among them, we emphasize Animal Assisted Therapy (AAT) and Animal Assisted Activity (AAA). The objective of this study is to focus on the scientific production of AAT in pediatric oncology in the hospital setting, with the objective of analyzing the scientific production about AAT in a hospital environment in pediatric oncology. METHOD: Thus, it was outlined as a guiding question: what is the trend of scientific production on AAT in a hospital setting in pediatric oncology? For the bibliographic search the databases LILACS, PUBMED / MEDLINE, PsycINFO, BDENF and EMBASE were consulted. RESULTS AND DISCUSSIONS: The final sample consisted of 8 articles, 5 of which were published in English and 3 in Portuguese. In addition, 75% of the studies were represented by nurses, with 87% of the research published in nursing journals. In relation to the thematic categories, three emerged: description of a AAT implementation protocol in the hospital setting; AAT benefits and risks; and patient (children), family/caregivers (parents) and health professionals (nurses) perceptions. CONCLUSÃO: Although scientific production has not demonstrated a large and current number of studies that demonstrate the efficacy and minimal risks of AAT for pediatric oncology, these studies corroborate that such practice when applied in a coordinated and planned manner, following strict protocol recommendations, can occur safely. The benefits of AAT pervade the psychosocial and physiological factors provided in child care. This practice also encourages parents to face hospitalization and the oncological illness of their children in a less distressing and painful way.