Perfil epidemiológico do câncer de esôfago no Brasil no período de 2001 a 2010

Abstract

Objetivo: Descrever as características sócio-demográficas e clínicas dos pacientes diagnosticados com câncer de esôfago no Brasil, no período de 2001 a 2010. Métodos: Estudo transversal de base secundária com a inclusão de dados de pacientes com câncer de esôfago, cadastrados entre 2001 e 2010, nos Registros Hospitalares de Câncer brasileiros. Foram analisadas as variáveis sócio-demográficas, clínicas e de tratamento. Foi realizada análise descritiva utilizando média e desvio padrão, para as variáveis contínuas, e frequência absoluta e relativa para as categóricas. Resultados: Foram incluídos 24.204 pacientes, com média de idade de 60,8 anos (±11,5). Estadio clínico avançado foi observado em 62,8% dos casos. A maioria da população era do sexo masculino, de baixa escolaridade, casada, etilista e tabagista. O diagnóstico do câncer em sua maioria foi avançado (41,3% em estadiamento clínico III e 26,9% em estadiamento IV), sendo o grupo topográfico de maior prevalência o esôfago superior e médio (76,4%), e o tipo histológico CCE (82,4%). Não foram submetidos a nenhum tratamento oncológico, 12,7% dos pacientes. Os tratamentos mais frequentes foram a combinação entre radioterapia e quimioterapia (25,6%), e o tratamento isolado com radioterapia (21,9%). Ao final do primeiro tratamento oncológico, 10,7% estavam sem evidência de doença, 8,4% com remissão parcial, 26,6% com doença estável e, os demais, com doença em progressão ou óbito (54,4%). Conclusão: No Brasil, o perfil dos casos diagnosticados e tratados por câncer de esôfago são em sua maioria, do sexo masculino, de baixa escolaridade, tabagistas e etilistas. Foram diagnosticados em estadios avançados da doença, o que representou maior agressividade terapêutica e pior resposta ao tratamento.

Objective: To describe the sociodemographic and clinical characteristics of patients diagnosed with esophageal cancer in Brazil from 2001 to 2010. Methods: Cross-sectional study of secondary basis with the inclusion of data from patients with esophageal cancer, registered between 2001 and 2010 in the Hospital Records Brazilian Cancer. socio-demographic, clinical and treatment were analyzed. descriptive analysis using mean and standard deviation was performed for continuous variables, and absolute and relative frequency for categorical. Results: 24,204 patients were included, with a mean age of 60.8 years (± 11.5). advanced clinical stage was observed in 62.8% of cases. Most of the population was male, low education, married, alcoholic and smoker. The diagnosis of cancer was mostly advanced (41.3% in clinical stage III and 26.9% in stage IV), the topographical group most prevalent upper and middle esophagus (76.4%), and type histological CCE (82.4%). They were not subjected to any cancer treatment, 12.7% of patients. The most common treatments were the combination of radiation and chemotherapy (25.6%) and isolated radiotherapy (21.9%). At the end of the first cancer treatment, 10.7% were without evidence of disease, 8.4% partial remission, 26.6% with stable disease and others with disease progression or death (54.4%). Conclusion: In Brazil, the profile of patients diagnosed and treated for esophageal cancer are mostly male, low education, smokers and drinkers. They were diagnosed in advanced stages of the disease, which represented greater therapeutic aggression and worse response to treatment.