Mensagem aos médicos: epidemiologia do câncer: importância dos registros de câncer

Abstract

O presente trabalho faz parte de um Programa de publicações que está sendo desenvolvido pela DIVISÃO NACIONAL DE CÂNCER, endereçado, especialmente, aos médicos não especialistas e aos acadêmicos de medicina, e visando a propiciar informações de absoluta importância para a Cancerologia. Para colaborar nesse programa a Divisão tem convidado nomes expressivos da Cancerologia Nacional. O presente trabalho, sobre Epidemiologia do Câncer, é de autoria da Dra. Maria Berila Conceição, médica sanitarista. Chefe do Setor de Epidemiologia e Estatística da Divisão Nacional de Câncer. Constitui finalidade precípua da Divisão Nacional de Câncer e da Campanha Nacional de Combate ao Câncer o combate ao câncer em todo o país. Combater ou controlar uma enfermidade é evitar que ela ocorra e dirimir os efeitos que causa nos indivíduos atingidos. Com tal objetivo, devem ser formulados programas visando à proteção e à detecção, à assistência médica e à pesquisa. Assim como na estratégia de combate a um inimigo, é imprescindível o conhecimento de sua expressão numérica, sua posição geográfica, seus alvos preferenciais e sua forma de ação, também no combate ou controle de uma doença, é essencial que se conheçam sua freqüência, sua distribuição em diferentes áreas, grupos de população e sua forma de atingir os indivíduos. Para se chegar a esses conhecimentos, imprescindíveis à programação, a primeira poderosa arma a ser utilizada é a Informação. São as informações colhidas e processadas que permitem a elaboração de planos e programas. No planejamento da luta contra o câncer, nos muitos países que disto se ocupam, ficou evidenciada a necessidade de um Serviço organizado para o trato das informações; os REGISTROS DE CÂNCER. Esses registros são órgãos destinados a promover investigações estatísticas e epidemiológicas, registrar casos, participar do controle e programar a luta contra o câncer. A importância dos Registros de Câncer é reconhecida e enfatizada pelas organizações internacionais de saúde, que a eles propiciam o máximo apoio. Sem receio de exagerar, pode-se afirmar serem os dados estatisticos a base de qualquer programa, pois, sem eles, jamais se poderá planejar racionalmente. Da COORDENAÇÃO CENTRAL DE REGISTROS DE CÂNCER, muito se pode esperar. No âmbito nacional, proporcionará o conhecimento circunstanciado do problema e oferecerá bases para o combate racional à doença. No plano internacional, suas atividades serão certamente bem recebidas. Se outras importantes atribuições não coubessem à Divisão Nacional de Câncer, apenas essa já seria suficiente para assegurar-lhe a finalidade.